Lula, Pacheco e líderes no Senado se reúnem para discutir projetos polêmicos, incluindo a autonomia do BC e corte de emendas.
Na tarde desta terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá se reunir no Palácio da Alvorada com o presidente do Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes daquela Casa. O encontro está marcado para as 19h e tem o intuito de discutir temas de grande importância no cenário político atual.
Esta reunião informal faz parte de um movimento de busca por consenso em meio a projetos polêmicos. Dentre os temas em discussão, estão o fim da reeleição, mandato fixo de ministros do STF, autonomia financeira do Banco Central e porte de maconha. O presidente Lula está buscando a participação ativa dos representantes do Senado nessa questão contingente.
Conversas paralelas e avaliações sobre a chance de aprovação
Nas reuniões informais, porém, predominaram nas avaliações sobre a probabilidade de aprovação. Além dos projetos, a liberação e encontro de emendas também estão no debate do Senado neste momento.
BC, reeleição e STF
A eliminação da reeleição e a fixação de mandatos para ministros do Supremo Tribunal Federal têm apoiadores dentro do governo Lula.
A proposta em discussão sobre o fim da reeleição prevê que a alteração, se aprovada, entraria em vigor apenas em 2030, não se aplicando a quem está atualmente em seus mandatos. No caso da fixação de mandatos para ministros do STF, a ideia tem apoio tanto no Senado como na Câmara.
Em relação ao texto que propõe autonomia administrativa e financeira ao Banco Central, a proposta tem respaldo no Senado e nos partidos do Centrão na Câmara dos Deputados. A maior oposição vem da ala mais radical do PT.
Autor da proposta, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) contradiz uma das críticas dos opositores da ideia, de que serviria para dar mais poder a Roberto Campos Neto no BC. Ele lembra que essa medida entraria em vigor no máximo no segundo semestre deste ano, quando estará próximo de deixar o banco.
Vanderlan Cardoso afirma que Campos Neto está defendendo a autonomia do BC para proteger a autoridade monetária, que está perdendo rapidamente nomes importantes da sua equipe para o setor privado por causa de baixos salários.
Como autonomia financeira, o banco poderia usar o lucro nas suas operações para definir seu próprio orçamento, hoje de R$ 5 bilhões.
E a proposta do senador tem ainda um ponto que agrada o Ministério da Fazenda: aplicar o lucro do BC que sobrar não só para o pagamento de dívidas da União, mas também para projetos do governo federal.
Campos Neto tem destacado que defende a ideia para evitar que os trabalhos do banco fiquem comprometidos com a perda de quadros importantes.
Fonte: G1 – Política
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