Acordo aprovado pelo governo de Maduro propõe 27 datas prováveis para as eleições presidenciais, sem a participação da oposição.
No mesmo dia em que o presidente Nicolás Maduro se encontra com Lula, o governo da Venezuela apresenta ao Conselho Nacional Eleitoral uma proposta para impor eleições presidenciais de acordo com seus interesses.
Aprovado pela Assembleia Nacional, de maioria governista, o novo acordo enterra o que havia sido acordado em Barbados entre o regime e a oposição e sugere nada menos do que 27 possíveis datas para a disputa ao cargo de presidente.
Maduro refuta acordo anterior e busca legitimidade para eleições presidenciais
Maduro afirma que o novo documento é mais completo do que os anteriores assinados com a oposição. Porém, ele exclui a participação da Plataforma Unitária Democrática, que selecionou María Corina Machado como candidata nas primárias para concorrer às eleições para presidente. No entanto, ela foi considerada inelegível pelo Tribunal Supremo de Justiça, controlado pelo chavismo.
Com isso, o acordo proposto pelo regime revela-se mais uma manobra para deslegitimar o pleito das eleições presidenciais, que devem acontecer ainda este ano. O documento conta com 152 assinaturas de representantes de setores que o presidente da Assembleia Nacional considera relevantes na sociedade venezuelana.
Disputa ao cargo de presidente e inabilitações de políticos opositores
O Acordo de Barbados previa a realização de eleições livres, com a participação da oposição. No entanto, desde então, o regime de Maduro tem perseguido e detido opositores, alegando que estavam envolvidos em planos de golpe contra o governo ou tentativas de assassinar o presidente.
‘A intenção do regime de substituir o acordo (de Barbados) representa uma grave ameaça aos direitos políticos. Para garantir eleições livres, é preciso cumprir o acordo de Barbados, permitir a candidatura de María Corina Machado e autorizar a presença dos observadores da União Europeia‘, afirmou Juanita Goebertus, diretora da Divisão Américas da ONG Human Rights Watch.
Expectativa para as eleições presidenciais na Venezuela
Pesquisa do instituto DatinCorp revelou que, se as eleições presidenciais fossem hoje, 55% dos venezuelanos votariam em María Corina Machado; 14% em Maduro e 8% em outros candidatos. No entanto, o regime tem se esforçado para eliminar potenciais adversários e controlar o processo eleitoral.
As datas prováveis das eleições presidenciais ainda não foram anunciadas oficialmente, mas espera-se que ocorram em breve, e a participação da oposição é fundamental para garantir a legitimidade do processo. Portanto, a pressão internacional sobre o regime de Maduro para permitir eleições livres e justas continua sendo uma questão crucial.
Conclusão: desafios e perspectivas para as eleições presidenciais venezuelanas
A luta pela realização de eleições presidenciais livres na Venezuela envolve desafios significativos, incluindo a participação da oposição, a garantia de liberdade para candidatos e observadores, e a resistência às artimanhas do regime de Maduro. Enquanto isso, a comunidade internacional continua atenta e comprometida em promover um processo eleitoral legítimo no país.
É crucial que a voz dos venezuelanos seja ouvida e respeitada, e que os líderes políticos, incluindo María Corina Machado, tenham a oportunidade de concorrer de forma justa e transparente nas eleições presidenciais. A transparência e a legitimidade do processo eleitoral são essenciais para restaurar a democracia na Venezuela e abrir caminho para um futuro de esperança e progresso.
Fonte: G1 – Política
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