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Moeda americana encerrou semana em queda frente ao real após compromisso fiscal reafirmado pelo governo.
Depois de uma semana agitada, o dólar encerrou com uma queda expressiva de 2,27% em relação ao real, sendo negociado a R$ 5,46. Em seu pico, chegou a ser cotado a R$ 5,66. A valorização da moeda americana despertou grande interesse, sendo tema de discussão entre diversos setores, inclusive o presidente da República, que convocou uma reunião com sua equipe econômica para analisar a situação do dólar.
A queda do dólar trouxe alívio para muitos, mas a volatilidade da moeda ainda é motivo de preocupação para os investidores. A oscilação do dólar frente ao real reflete a instabilidade do mercado financeiro, exigindo atenção constante por parte dos agentes econômicos. A cotação do dólar é um indicador importante para a economia brasileira, impactando diretamente diversos setores do país.
Pressão sobre o Real e a Valorização do Dólar
Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o real enfrentou um ataque especulativo, devido à intensidade do movimento. A volatilidade na semana foi causada por diversos fatores, tanto internos quanto externos. No cenário internacional, desde o início do ano, as moedas emergentes têm apresentado desempenho negativo em relação ao dólar. Isso se deve à incerteza sobre a redução das taxas de juros nos Estados Unidos, o que tem atraído investimentos para o país e, consequentemente, fortalecido a moeda americana.
Nesse contexto de pressão global, os fatores internos ganharam destaque aos olhos dos investidores. A desvalorização do real teve início no final de abril, quando houve a alteração da meta de inflação sem a devida realocação de recursos, conforme apontou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno. Essa mudança de direção do governo aumentou a percepção de risco fiscal.
As críticas frequentes do presidente em relação à decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 10,5% ao ano, anunciada em 19 de junho, agravaram a situação. Lula chegou a acusar o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, de ter motivações políticas. Vale ressaltar que a decisão sobre os juros do Copom foi unânime, incluindo membros indicados pelo governo.
Todos esses elementos estavam exercendo pressão sobre o real na terça-feira, 2 de julho, quando a moeda atingiu seu pico em mais de dois anos e meio, alcançando a cotação de R$ 5,665 e chegando a se aproximar de R$ 5,70. Diante desse cenário, Lula convocou uma reunião com sua equipe econômica no dia seguinte, reafirmando o compromisso fiscal junto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na mesma noite, Haddad anunciou cortes de gastos que poderiam chegar a R$ 25,9 bilhões, contribuindo para aliviar a pressão sobre a moeda brasileira. A partir desse momento, o real começou a se recuperar. Além disso, os dados mais fracos do mercado de trabalho americano, medidos pelo payroll, ajudaram o real a encerrar a semana com ganhos, após ter registrado o pior desempenho do ano em relação a 33 moedas.
Apesar disso, o dólar ainda acumula uma valorização de 12,56% em relação ao real no ano. As incertezas tanto internas quanto externas não foram totalmente dissipadas, mas houve uma trégua em relação à moeda brasileira. A melhora no cenário externo, a redução das tensões entre o governo e o Banco Central e a diminuição da percepção de risco fiscal foram fatores que contribuíram para a atual situação, conforme destacou Sung.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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