O Brasil participa do Timss, estudo internacional de Matemática e Ciências. Na rede de ensino, 62% dos jovens de 13 anos não conhecem formas geométricas básicas, o que reforça a necessidade de avaliar o sistema educacional, fundamentais para a sua melhoria, através de avaliação do desempenho educacional, o que pode levar a mudanças nas políticas públicas educacionais, orientadas pela associação internacional para a avaliação da educação básica e do ensino fundamental.
No Brasil, a situação educacional revela uma lacuna significativa, especialmente em relação às habilidades básicas de matemática. É estatisticamente verificado que 51% das crianças do 4º ano do ensino fundamental não dominam habilidades básicas de matemática, como fazer tabuada, interpretar gráficos simples ou somar e subtrair números de três algarismos (200 – 150 ou 300 + 120, por exemplo).
Dados apontam que as dificuldades não são apenas limitadas à matemática, mas também a outras áreas das ciências. Para além do domínio das habilidades básicas, é preciso desenvolver em nossas crianças uma compreensão mais profunda, que lhes permita aplicar esses conhecimentos em situações práticas e complexas. Desenvolver habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas também é essencial. Não basta alcançar o nível de conhecimento considerado ‘baixo’. É preciso investir em programas que promovam o aprendizado contínuo de matemática e ciências para que as crianças possam alcançar seu pleno potencial.
Matemática e Ciências: O que nos dizem os resultados do Timss 2023
À medida que crescemos, desenvolvemos habilidades básicas que são fundamentais para o nosso futuro. A matemática, em especial, é uma disciplina essencial para o nosso desenvolvimento intelectual. A Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) divulgou os resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), que nos mostra como estamos se saindo em relação a outros países. O Brasil participou do exame pela primeira vez em 2023, após anos de espera.
A escala do Timss é um indicador importante para avaliar o desempenho de nossos alunos. E, nesse sentido, os resultados da nossa matemática são alarmantes. Com uma média de 400 pontos, estamos à frente apenas de três países entre os 64 participantes: Marrocos, Kuwait e África do Sul. Em comparação com o resultado geral das demais nações nessa etapa, estamos três anos escolares atrás.
Um alerta importante é que as crianças de 9 anos, que são estudantes do 4º ano, estão muito atrasadas em matemática. No entanto, as notícias não são somente desoladoras. As redes de ensino brasileiras podem aprender muito com os resultados do Timss. A associação internacional nos mostra que o nosso nível de dificuldade na prova é bem mais baixo do que o sistema de avaliação da educação básica (Saeb) do Brasil. Isso significa que precisamos subir a régua para incluirmos o básico e o mais complexo na nossa avaliação.
De acordo com Ernesto Martins Faria, especialista em avaliação de políticas públicas educacionais, o nosso desempenho é alarmante. Ainda, ele destaca que o Timss é uma prova difícil, e não é para todos. Faria ressalta que o nível de dificuldade do Timss é muito superior ao da principal prova brasileira para crianças dessa idade, o sistema de avaliação da educação básica. O nosso desempenho já é preocupante, mas o Timss nos mostra que precisamos subir a régua para incluir o básico e o mais complexo.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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