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Casos da doença em ascensão há 2 anos, organização humanitária monitora suspeitos, cepas mortais em diferentes décadas.
Os registros de mpox na República Democrática do Congo (RDC) estão aumentando constantemente há mais de 24 meses. A situação, conforme relatado pela organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF), tem se complicado nos últimos tempos devido a uma mutação que resultou na transmissão da enfermidade entre indivíduos, além da detecção de casos suspeitos na região de Kivu do Norte.
Em meio ao surto de mpox, a preocupação com a propagação da varíola também é uma realidade. A necessidade de ações rápidas e eficazes para conter a disseminação dessas doenças infecciosas é urgente. A atuação conjunta de autoridades de saúde e organizações humanitárias é fundamental nesse cenário desafiador.
Surto de mpox: Organização Mundial da Saúde avalia emergência
Transmitida por contato próximo entre indivíduos ou com animais infectados, a mpox é considerada endêmica na África Central e na África Ocidental, com duas cepas diferentes, desde a década de 1970. Entre os anos de 2020 e 2023, a doença se espalhou rapidamente pelo mundo, com milhares de casos ligados à variante da África Ocidental relatados em mais de 110 países. No último fim de semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que considera convocar o comitê de emergência da entidade para avaliar o cenário de surto de mpox na África.
À medida em que uma variante mais mortal da mpox se espalha por diversos países africanos, a OMS, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África, governos locais e parceiros intensificam suas respostas para interromper a transmissão da doença, conforme destacou Tedros Adhanom em seu perfil na rede social X. ‘Estou considerando convocar o Comitê de Emergência de Regulamentos Sanitários para me aconselhar sobre se o surto de mpox deve ser declarado uma emergência em saúde pública de interesse internacional’, completou Tedros.
Mutação e letalidade da mpox: preocupações crescentes
De acordo com o MSF, a mpox é classificada como endêmica em pelo menos 11 de um total de 26 províncias da RDC. Em razão de um aumento acentuado de casos ao longo de mais de 2 anos, autoridades sanitárias do país declararam epidemia da doença em dezembro de 2022. Em 2023, o número de infecções triplicou, chegando a 14,6 mil notificações e 654 mortes. Em 2024, a situação piorou ainda mais. Entre janeiro e meados de julho, mais de 12,3 mil casos suspeitos foram relatados e 23 províncias foram afetadas, alertou a organização humanitária.
A aceleração da epidemia é preocupante, especialmente porque uma mutação genética foi identificada na província de Kivu do Sul, com transmissão de humano para humano agora ininterrupta por meses. Isso ainda não havia sido identificado com a cepa da Bacia do Congo, ao contrário da cepa da África Ocidental, que causou a epidemia global em 2022, explicou a MSF. No fim de junho, a OMS chegou a alertar para uma variante mais perigosa da mpox. A taxa de letalidade pela nova variante 1b na África Central chega a ser de mais de 10% entre crianças pequenas, enquanto a variante 2b, que causou a epidemia global de mpox em 2022, registrou taxa de letalidade de menos de 1%.
Desafios adicionais: propagação em acampamentos de pessoas deslocadas
A entidade contabilizava, em junho, mais de 95 mil casos confirmados da doença em 117 países, além de mais de 200 mortes. ‘É um número impressionante quando se considera que apenas alguns milhares de casos de mpox haviam sido relatados até então em todo o mundo e, de repente, estamos nos aproximando de 100 mil casos’, destacou a líder técnica sobre varíola dos macacos do Programa de Emergências Globais da OMS, Rosamund Lewis. Outro motivo de preocupação, segundo a MSF, é que a doença foi registrada em acampamentos de pessoas deslocadas em torno da cidade de Goma, em Kivu do Norte, onde a extrema densidade populacional torna a situação ainda
Fonte: @ Agencia Brasil
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