Realocar finanças politicamente é necessário, mas especialistas questionam seu impacto. Mencionam desinvestimentos em Israel, universidades, armas, investimentos públicos e laços acadêmicos. Movimento de desinvestimento afeta empresas ligadas a Gaza, incluindo universidades israelenses e fabricantes de armas. Cessar-fogo é desejado.
Em meio aos protestos que abalam as instituições de ensino superior nos Estados Unidos, uma mensagem se destaca: aquela do desinvestimento. Das salas da Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo, à Universidade Federal do Rio de Janeiro, o clamor é uníssono: ‘Desinvestir! Desprezar!’.
Além disso, aqueles que buscam alternativas financeiras estão considerando diversas estratégias, como realocar investimentos em setores mais sustentáveis ou optar por fundos de menor risco. Ações nesse sentido mostram um movimento crescente na busca por um desinvestimento consciente e responsável, visando um futuro mais equitativo e sustentável.
Desinvestimento: Pressionando por Mudanças
Os manifestantes do campus da Universidade de Columbia estão determinados: ‘Não vamos parar, não vamos descansar!’ Como eco das palavras escritas nas placas do movimento Columbia University Apartheid Divest, eles buscam desinvestir todas as finanças vinculadas a empresas que lucram com o apartheid israelense, o genocídio e a ocupação na Palestina.
Esta onda de desinvestimentos estudantis tem se espalhado por diversas instituições de ensino. Na Columbia, por exemplo, a demanda é clara: desinvestir os US$ 13,6 bilhões da dotação de qualquer empresa relacionada a Israel ou que se beneficie do conflito entre Israel e Hamas. Em paralelo, outros estudantes, como os da Cornell e Yale, clamam pelo fim dos investimentos em fabricantes de armas.
Além disso, há apelos para a transparência financeira das universidades e o corte de laços acadêmicos com instituições israelenses. O suporte a um cessar-fogo em Gaza também figura nas pautas do movimento de desinvestimento.
Embora as lideranças acadêmicas tenham resistido às pressões, a determinação dos estudantes permanece firme. Mas afinal, o que exatamente estão buscando alcançar com essas ações? E será que o desinvestimento estudantil é eficaz?
O desinvestimento, num primeiro olhar, parece uma estratégia simples: vender ações para não compactuar com práticas consideradas antiéticas. Essa atitude não apenas realoca os investimentos para áreas mais éticas, mas também emite um forte posicionamento público que pode pressionar empresas e governos a repensar suas políticas.
Historicamente, manifestações estudantis já conseguiram impactos significativos. Na década de 1980, pressionaram a Columbia a desinvestir da África do Sul do apartheid. Mais recentemente, houve desinvestimentos em combustíveis fósseis e prisões privadas.
No entanto, críticos apontam que o desinvestimento pode ter impactos limitados no comportamento corporativo e no mercado de ações. Estudos indicam pouca relação entre tais campanhas e o desempenho das empresas. Witold Henisz, da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, ressalta que a eficácia do desinvestimento é questionável.
Embora a batalha pelos desinvestimentos possa ser árdua, os estudantes continuam a defender sua causa, esperando que suas ações gerem mudanças significativas no cenário financeiro e ético internacional.
Fonte: © CNN Brasil
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