O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) realizou estudos sobre diversidade e lacunas de representação na força de trabalho escolar na América Latina e Caribe, e o círculo vicioso da desigualdade racial na educação no Brasil, abordando temas como desigualdade educacional, desenvolvimento educacional e diversidade étnica.
O Ministério da Educação(MEC) lançou recentemente duas pesquisas inéditas para discutir a diversidade no contexto de Educação na América Latina e no Caribe (ALC). Esses estudos foram realizados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pretendem contribuir para o debate sobre as desigualdades existentes na Educação.
Além disso, essas pesquisas também abordam a Educação-latina, buscando entender melhor o papel desempenhado pela educação básica e educação continua em diversas nações. Com isso, é possível identificar áreas de melhoria no sistema educacional e fomentar mudanças que beneficiem a população.
Educação: Uma Abordagem Holística para a Desigualdade
As pesquisas ‘Desigualdade e Lacunas de Representação na Força Trabalho Escolar na América Latina e Caribe’ e ‘O Círculo Vicioso da Desigualdade Racial na Educação do Brasil’ foram apresentadas pelo economista e diretor de Educação do BID, Gregory Elacqua, e pelos especialistas em Educação Continua da organização, João Paulo Fernandes e Marcelo Alfaro. Essas análises são fundamentais para as políticas educacionais, destacando a importância de abordar as questões que afetam a Educação no Brasil.
A segunda pesquisa apresentada, ‘Desigualdade Racial na Educação do Brasil’, foi iniciada pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), Zara Figueiredo, como uma maneira de trazer evidências para questões que afetam a Educação no Brasil, a exemplo das notícias surpreendentes da dificuldade de as pessoas aprenderem e se adaptarem no ambiente de trabalho em decorrência da falta de Ensino Continua. ‘As pesquisas apontam todo um ciclo de desigualdade que se inicia na educação básica e segue durante a carreira do professor. O BID já vinha fazendo essa pesquisa e ela recebeu a crítica e o apoio da Secadi, pois são dados que interessam para as políticas que fazemos aqui,’ disse Zara Figueiredo.
Diversidade e Força-Trabalho-Escolar – A primeira pesquisa, ‘Desigualdade e Lacunas de Representação na Força Trabalho Escolar na América Latina e Caribe’, foi realizada em 21 países da região, onde o foco foram os desafios relacionados à representação de gênero e étnico-racial entre professores e diretores. Essa abordagem é fundamental para entender a importância da diversidade na Educação-latina, e como ela pode influenciar os resultados educacionais. A região quase não dispõe de dados sobre a raça e a etnia dos professores, tornando essa análise ainda mais fundamental. Dos 21 países, apenas cinco possuem essa informação: Brasil, Uruguai, Peru, Equador e Guatemala.
O resultado apontou que as mulheres constituem 73% da força de trabalho docente na região. Na Educação continua, elas chegam a 97%; no ensino fundamental, a 76%; e no ensino médio, a 59%. A profissão docente é vista como pouco atrativa para os homens. No entanto, no caso dos docentes de física e matemática, os homens são maioria, 59%. Já no Brasil, há 2 milhões de docentes, sendo que 97% são mulheres. A pesquisa revela que, nos cargos de liderança escolar, existe menor participação feminina: em média, há 62% de diretoras, em contraste com 73% de professoras. Isso poderia ser motivado pela discricionariedade dos processos de seleção e pela maior carga das responsabilidades domésticas.
Diversidade e Desigualdade – No corpo docente, o estudo mostra que há menor participação de professores brancos. Apenas seis países da região possuem informações sobre raça e etnia: Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, Peru e Uruguai. Neles, exceto no Uruguai, há menor representação de professores brancos e maior representação de mestiços e de grupos racialmente desfavorecidos, como afrodescendentes e indígenas. Segundo a pesquisa, isso pode ocorrer porque, na ALC, a carreira docente tem pouco status social e é considerada uma carreira de último recurso. Entre as professoras, a pesquisa identifica que há mais brancas e pardas. As professoras tendem a concentrar-se em escolas localizadas em áreas urbanas, enquanto os professores tendem a trabalhar em áreas rurais.
O estudo aponta que a carreira docente é menos atraente para os homens, e que a presença de mulheres nas escolas é significativa. No entanto, a pesquisa também salienta a importância da representação étnica e racial, destacando a necessidade de uma abordagem mais equitativa para melhorar os resultados educacionais. Isso é fundamental para a Educação-latina, pois uma representação mais diversa pode influenciar positivamente a Educação continua.
A Educação continua é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A abordagem holística de equidade e justiça social, pode influenciar positivamente a Educação-latina e os resultados educacionais. A Educação continua é uma ferramenta essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Fonte: © MEC GOV.br
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