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Na próxima viagem longa, busque a porta discreta na frente ou atrás do avião para descobrir a área secreta da tripulação com beliches e cozinha.
Existem diversos locais secretos em aviões widebody (de fuselagem larga), onde os pilotos e tripulantes de cabine descansam durante voos longos. Os passageiros não têm permissão, de forma alguma, para acessar esses espaços, que são habilmente escondidos. Esses locais são conhecidos como compartimentos de descanso da tripulação e sua posição no avião pode variar. Em aeronaves mais modernas, como o Boeing 787 ou o Airbus A350, eles ficam acima da cabine principal, na parte superior da fuselagem. No entanto, em aviões mais antigos, esses compartimentos podem estar no porão de carga ou até mesmo na cabine principal.
Esses compartimentos vêm em pares: um destinado aos pilotos, geralmente localizado acima da cabine e equipado com dois beliches e um assento reclinável. O outro é para a tripulação de cabine, contendo normalmente seis beliches ou mais, situados acima da cozinha de popa, a área na parte traseira do avião onde são preparadas e armazenadas as refeições e bebidas. Uma fotografia dividida de uma área de descanso da tripulação de cabine do Finnair A350 ilustra essa configuração especial em aviões.
Aviões: Áreas Secretas para Descanso da Tripulação
À direita, encontra-se a entrada, acessada pela cozinha de proa. As companhias aéreas têm influência na configuração das áreas de descanso da tripulação ao adquirir uma aeronave. No entanto, os principais parâmetros são estabelecidos por reguladores como a Administração Federal de Aviação nos EUA ou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no Brasil. Os reguladores determinam que as áreas de descanso da tripulação estejam localizadas onde ruídos, odores e vibrações intrusivos tenham mínimo impacto no sono, com temperatura controlada e possibilidade de ajuste na iluminação.
Os beliches, ou outra superfície que permita uma posição plana para dormir, devem ter 78 por 30 polegadas (198 por 76 centímetros) de tamanho, com pelo menos 35 pés cúbicos, ou um metro cúbico, de espaço ao redor. Também é necessário uma área comum para troca, entrada e saída, fornecendo no mínimo 65 pés cúbicos de espaço. O resultado final se assemelha a um hotel cápsula japonês, um espaço para descanso sem janelas, compacto, porém acolhedor, equipado com tomadas, luz e todos os dispositivos de segurança necessários.
‘Eles podem ser bastante confortáveis’, menciona Susannah Carr, comissária de bordo da United Airlines, atuando em diversas aeronaves Boeing. ‘Eles possuem colchão acolchoado, saída de ar para circulação, controles de temperatura e roupas de cama semelhantes à classe executiva em voos internacionais. Eu os aprecio, mas com meus 1,70 metro de altura, pessoas mais altas podem se sentir um pouco apertadas’, complementa.
Comparando com os assentos de primeira classe ou classe executiva, Carr destaca que os beliches podem ser mais largos, oferecendo mais espaço para as pernas em algumas aeronaves. No entanto, a privacidade é limitada e a sensação de claustrofobia pode ser presente, devido ao espaço reduzido e à configuração de beliche. Aproveitando cada centímetro disponível, as áreas de descanso da tripulação são projetadas para otimizar o espaço dentro dos aviões.
Para acessar a área de descanso do avião A330 SAS, a tripulação de cabine desce por um pequeno lance de escadas, adentrando em um ambiente discreto. As áreas de descanso da tripulação são projetadas para não chamar muita atenção dos passageiros, independentemente de sua localização na aeronave.
Fonte: © CNN Brasil
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