Líderes comunitários, ativista social e agências dos Correios debatem reclassificação da favela da Rocinha.
A Rocinha, com mais de 68 mil residências, voltou a ser a maior favela do Brasil, de acordo com o IBGE. Esta é a segunda vez que a Rocinha lidera o ranking de maior favela do Brasil em números de habitantes. Em 2010, o censo revelou que a Rocinha tinha 114.636 habitantes, mas essa informação foi contestada pela comunidade e o órgão nunca divulgou os dados oficiais. Em 2018, o IBGE divulgou os dados do Censo 2010 e mostrou que a Rocinha tinha 71.404 habitantes. Agora, o órgão atualizou os dados do Censo 2022 e a Rocinha volta a ser a maior favela do Brasil em número de residentes. A figura é confirmada pela instituição responsável pelo levantamento. A Rocinha é uma das maiores favelas do Rio de Janeiro e segue em primeiro lugar da lista. A área, situada na zona Sul da cidade, tem 68.199 residências. A favela foi fundada em 1892, sendo uma das mais antigas do país. Com mais de 30 mil habitantes, a Rocinha é uma das maiores favelas do Brasil em número de habitantes e é uma das mais populosas do país. Uma das principais unidades de saúde da Rocinha é a Unidade Básica de Saúde (UBS) da Rocinha, que é uma das principais instituições de saúde da favela.
O Lado Certo da Rocinha: Empreendedorismo e Inovação em uma das Favelas Mais Célebres do Brasil
Rosemary Pereira Cavalcante, 57 anos, é uma verdadeira figura inspiradora na Rocinha. Há oito anos, ela assume a direção do Studio Tetemere, um salão de beleza que nasceu de uma lavanderia de casa. Além da sua atividade profissional, Rosemary também cuida de José Severino, de 85 anos, que, sem a sua ajuda, poderia ter se tornado um dos muitos idosos abandonados nas ruas da comunidade.
Para Rosemary, a Rocinha ‘precisa com urgência de uma instituição para os idosos. As pessoas vão trabalhar e deixam as crianças nas creches, mas os idosos ficam sozinhos em casa’. Sua preocupação é compartilhada por muitos, e a necessidade de apoio à terceira idade é um dos muitos desafios enfrentados pela comunidade. A atividade de Rosemary no Studio Tetemere é um exemplo de empreendedorismo comum nas favelas, e ela conta com a ajuda do Sebrae para manter o negócio a flor da pele.
A ocupação da Rocinha tem uma história centenária, sendo conhecida como uma rota de fuga para escravos em direção aos quilombos. Hoje em dia, a comunidade enfrenta desafios estruturais, como a falta de agências bancárias e postos dos Correios. A escritora e ‘articuladora social comunitária’ Maria Consuelo Pereira dos Santos, 61 anos, é uma voz ativa na luta pela melhoria da comunidade, tendo chegado à Rocinha em 1994, no dia da vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo.
Maria Consuelo relata perdas significativas, incluindo agências bancárias e postos dos Correios, e destaca a importância da criação de uma recontagem para garantir a presença dessas instituições na comunidade. Graças à persistência dos moradores, houve uma recontagem, e a comunidade pode agora contar com esses serviços essenciais.
William de Oliveira, ativista social e descendente de várias gerações da Rocinha, comemorou a volta da comunidade ao topo do ranking das favelas mais populosas do Brasil. Com 54 anos, ele é conhecido por sua luta pela melhoria da comunidade e preside o Instituto Missão Rocinha. Para ele, a volta ao primeiro lugar é um momento de celebração, mas também uma oportunidade para refletir sobre os desafios que ainda precisam ser superados.
Antonio Carlos Firmino, fundador e diretor do Museu Sankofa, que existe na Rocinha desde 2009, questiona se o retorno ao primeiro lugar traz de fato benefícios para a comunidade. Segundo ele, o que traria benefícios seria a organização dos moradores através das instituições locais e a reivindicação de direitos básicos. Firmino pergunta se a atenção maior dos governos seria suficiente para resolver os problemas, considerando que até as menores favelas enfrentam desafios semelhantes.
Fonte: @ Terra
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