Orientações de saúde assinadas por profissionais de saúde do Brasil. Terapia genética alvo variante que aumenta risco de doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.
Aprenda a lidar com o Alzheimer e outros problemas neurológicos que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
Algumas pessoas são mais propensas a desenvolver a doença de Alzheimer a membros de suas famílias que já tiveram a doença. A doença de Alzheimer é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns, caracterizada por um declínio progressivo da memória e da capacidade de realizar tarefas diárias. O Alzheimer é uma forma de demência que afeta a capacidade de se lembrar, aprender e realizar tarefas cotidianas. A demência senil é um tipo de doença que pode ser causada pelo Alzheimer. Existem várias outras causas possíveis de demência, incluindo certas infecções, lesões no cérebro e certos medicamentos.
Otimizando o Potencial de Combate ao Alzheimer
Pesquisas avançadas em uma instituição americana, especializada em terapias gênicas, têm focado suas atenções em encontrar soluções para neutralizar uma variante específica do gene APOE, conhecido por aumentar a propensão a doenças neurodegenerativas e eventos cardiovasculares. Este gene é responsável pela apolipoproteína E (ou ApoE), que desempenha um papel crucial no transporte de lipídios e na regulação do metabolismo do colesterol, ambos fundamentais para a saúde cerebral.
A detecção desses alelos é realizada por meio de testes genéticos, que podem ser aplicados utilizando-se a saliva. Essa coleta é simples e segura, realizada por profissionais especializados. A hipercolesterolemia familiar constitui outro exemplo de alteração lipídica detectada por esse método de avaliação do DNA. Aqueles que carregam essa variante apresentam uma maior vulnerabilidade a doenças cardiovasculares características, tais como a obstrução do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, elevando o risco de infarto e AVC. Nesses casos, as artérias são bloqueadas por depósitos de gordura em seu interior, e outra característica dessas pessoas é a maior absorção de colesterol intestinal, o que consequentemente aumenta os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue.
O desenvolvimento do Alzheimer é influenciado por vários fatores, incluindo a faixa etária e o histórico familiar. No entanto, as pessoas que possuem uma cópia daquele gene APOE têm um risco aumentado de duas a quatro vezes de desenvolver o problema. Quando se trata de pessoas com duas cópias, esse risco aumenta para até 12 vezes. Em face dessa descoberta, a nova terapia proposta pelo laboratório visa silenciar o gene APOE alterado, prometendo neutralizar ou minimizar seus efeitos deletérios no sistema nervoso central e nas artérias.
O tratamento consiste basicamente em introduzir no cérebro dos portadores de duas cópias de um alelo APOE e uma cópia de proteína APOE encontrada no líquido cefalorraquidiano dos próprios pacientes e que tem função protetora. Esse esquema inovador tem o potencial de retardar ou interromper a progressão do Alzheimer, além de contribuir para a regulação do colesterol, minimizando consequências cardiovasculares. Estudos clínicos em andamento vão buscar confirmar a segurança e a eficácia dessa abordagem.
A variante genética da APOE eleva os riscos, mas por si só não define o desenvolvimento dos males neurológicos e cardíacos. Isso ocorre porque condições ambientais e do estilo de vida são capazes de modular a suscetibilidade associada a características pessoais. Dessa forma, um cardápio balanceado, atividade física na rotina e outros hábitos saudáveis, como não fumar e controlar o peso, podem diminuir os níveis de colesterol e o metabolismo lipídico, minimizando ou retardando a probabilidade do desenvolvimento dessas condições.
Fonte: @ Veja Abril
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