Agência de risco reavalia Brasil de estável para positivo. Concentração de dívida, estabilização fiscal, mecanismo de financiamento melhoram perspectiva. Incertezas fiscas e despesas com precatórios reduzidas.
O mercado tem dado bastante atenção aos dados exatos, no entanto, no que se refere ao rating de crédito, a consolidação fiscal e a subsequente estabilização da dívida nos próximos anos são mais cruciais, declarou Samar Maziad, vice-presidente e analista sênior de riscos soberanos na Moody’s, sobre a mudança de perspectiva para o rating de crédito ‘Ba2’ do Brasil de estável para positiva.
Para garantir a melhora do rating de crédito, é fundamental manter o foco na consolidação fiscal e na estabilização da dívida, mantendo assim a confiança dos investidores. Além disso, as análises da Moody’s destacam a importância de um ambiente econômico sustentável para a manutenção de uma nota de crédito favorável ao país.
Esforços de Melhora na Perspectiva do Rating de Crédito
Os esforços para que haja uma melhora nessa seara foram um dos pontos chave para a mudança na perspectiva do rating de crédito brasileiro. A performance da atividade local também desempenhou um papel importante nessa alteração. No entanto, a credibilidade do arcabouço fiscal ainda precisa ser solidificada, e por isso não houve um aumento direto no rating brasileiro.
A análise crítica da agência em relação ao arcabouço fiscal destaca que o mecanismo atualmente depende fortemente de receitas, sem olhar de forma suficiente para o lado das despesas. No entanto, é notado um esforço contínuo e gradual para melhorar o cenário atual. Quando se avalia o perfil de crédito de um país, diversos fatores entram em jogo. No caso do Brasil, as incertezas fiscais continuam sendo uma fragilidade identificada.
Embora as incertezas fiscais sejam um ponto fraco, a executiva salienta que esses aspectos já estão refletidos no rating de crédito atual do país. O déficit do ano anterior, com as despesas relacionadas a precatórios incluídas, foi maior do que o previsto, gerando certa agitação. A mudança da meta para 2025 também teve impacto no cenário.
Segundo Maziad, há uma percepção de que nem o mercado, nem a agência de rating, esperavam que o governo conseguisse eliminar o déficit este ano. A perspectiva é de que esse seja um processo gradual de melhora. É esperado que o governo consiga aprimorar o resultado fiscal em comparação a 2023, seguindo uma dinâmica positiva no futuro.
Desafios na Estabilização da Dívida e Mecanismos de Financiamento
Um dos desafios destacados é a estabilização da dívida e a eficácia dos mecanismos de financiamento. A construção de um arcabouço fiscal mais sólido é essencial para lidar com as incertezas fiscais em curso. O foco no manejo adequado das receitas e despesas é fundamental para garantir uma trajetória fiscal sustentável.
A análise aponta que é crucial que o Brasil fortaleça seu arcabouço fiscal, criando mecanismos que abordem de forma equilibrada tanto as receitas quanto as despesas governamentais. A transparência e a eficiência na gestão dos recursos públicos são aspectos decisivos para a manutenção da credibilidade do país no mercado financeiro.
A execução de políticas fiscais responsáveis e a implementação de medidas que promovam a estabilidade econômica são passos necessários para melhorar o rating de crédito brasileiro a longo prazo. A continuidade dos esforços para fortalecer o quadro fiscal do país é fundamental para garantir a confiança dos investidores e a sustentabilidade das finanças públicas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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