Deputado aliado de Bolsonaro tem prisão confirmada por 364 votos na Câmara. Reunião de líderes deve definir posicionamento de parlamentares.
Próximo à apreciação da Câmara dos Deputados sobre a detenção de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), deputados da oposição ressaltam que, em 2021, o congressista votou afirmativamente à prisão do deputado Daniel Silveira (RJ), à época vinculado ao extinto PSL.
Brazão foi colocado sob custódia no dia 24 de março, acusado de ter ordenado o assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018. De acordo com a Constituição, a prisão de um parlamentar precisa ser confirmada pelo plenário da respectiva Casa, ou seja, da Câmara.
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Deputados avaliam voto favorável ou contrário à prisão de Brazão
Parlamentares ouvidos pelo veículo de comunicação afirmam que ainda estão analisando se irão votar a favor ou contra a prisão de Brazão. A deliberação deverá acontecer na terça-feira, 9 de março, após a reunião semanal de líderes partidários na residência oficial da Câmara dos Deputados.
No entanto, eles destacam que, no passado, Brazão não demonstrou solidariedade com outro parlamentar em uma situação similar à atual.
Resistência de deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em seguir decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)
A recordação de atitudes passadas pode ser usada como justificativa pela oposição para votar a favor da prisão, mesmo diante da resistência de deputados apoiadores do ex-presidente em acatar a decisão do STF.
Daniel Silveira, um dos principais aliados de Bolsonaro na Câmara, foi preso em flagrante por decisão do STF em fevereiro de 2021, após divulgar um vídeo exaltando o AI-5 e defendendo a destituição de ministros do Supremo. Na ocasião, a prisão de Silveira foi criticada por parlamentares alinhados à gestão passada, mas os deputados decidiram mantê-la por 364 votos a 130. À época, Brazão era filiado ao Avante.
Novas propostas em pauta na Câmara dos Deputados
Parlamentares favoráveis à prisão têm apontado fragilidades nos argumentos para a prisão e temem que a situação abra um precedente na Câmara dos Deputados, mesmo que ninguém esteja especificamente defendendo Brazão.
Em resposta, aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), têm defendido a votação de uma proposta que limite os procedimentos de operações contra parlamentares. A possível alteração no entendimento sobre o foro privilegiado também está em discussão.
Fonte: G1 – Política
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