Delegado Rivaldo Barbosa compara prisão a assassinato sob acusação de envolvimento na morte de Marielle Franco. Sete meses após prisão, caso ainda não foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
O delegado Rivaldo Barbosa fez uma comparação impactante ao descrever a prisão a que está submetido sob acusação de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele afirmou que a situação é tão grave que pode ser comparada a um assassinato, destacando a gravidade da prisão que enfrenta.
Sete meses após sua detenção, o delegado Rivaldo Barbosa declarou não temer a verdade e expressou gratidão pela vereadora, que disse ter conhecido em 2012. Ele enfatizou que a reclusão não o intimidará e que está preparado para enfrentar as consequências de suas ações. A verdade prevalecerá, disse ele, ao se referir ao seu caso. A justiça será feita, acrescentou, ao expressar sua confiança no sistema judiciário.
Uma Vida Confinada: A Luta por Liberdade e Verdade
No dia 24 de março de 2024, minha vida foi drasticamente alterada. Fui levado para uma viatura, depois para um avião, e finalmente, para uma prisão federal, onde fui ‘enterrado’. Agora, estou preso e não posso sair daqui sem que a verdade seja revelada. Se tiver que passar 50, 100 anos aqui, só me interessa sair se a verdade vier à tona, disse eu em meu interrogatório ao Supremo Tribunal Federal.
Sou Rivaldo Barbosa, acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter auxiliado no planejamento do homicídio de Marielle. Na época, eu era chefe da Polícia Civil. A denúncia aponta os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes do crime, embora eles neguem. Os três fomos envolvidos com base na delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, réu confesso pela execução do assassinato.
No entanto, como a Folha de S.Paulo mostrou, trechos centrais do relato do colaborador não contaram com provas de corroboração. Eu disse não conhecer os Brazão e afirmei que Lessa me incluiu na delação para fazer a ligação política dos irmãos com a condução do inquérito na Divisão de Homicídio.
Assim como Domingos e Chiquinho, eu também acredito que Lessa tenta proteger o ex-vereador Cristiano Girão, preso após a CPI das Milícias. ‘Não dá para negar aqui que o Ronnie Lessa é uma pessoa sagaz, inteligente e articulada. Tenho convicção que ele criou uma história para proteger o Cristiano Girão. Se eu estou na chefia da DH, precisaria de seis meses para chegar no Cristiano Girão’, disse eu.
Eu classifiquei a investigação da Polícia Federal como uma soma de falta de experiência em apuração de homicídio e falta de humildade. ‘Foi uma investigação imprudente, gerando uma das maiores injustiças depois da redemocratização do Brasil’, disse eu. ‘A verdade não me assusta. Ela está comigo. Eu durmo e acordo todas as noites. Não oro a Deus pedindo liberdade. Peço verdade e liberdade. Eu não posso sair daqui sem que a verdade venha. Minha liberdade tem que vir em razão das verdades. Só saio daqui com a verdade antes’, disse eu.
Eu conheci Marielle em 2012, por meio do gabinete do ex-deputado Marcelo Freixo, de quem ela foi assessora. Ela fazia a ponte com vítimas de violência atendidas pelo gabinete. ‘Ela só me ajudou na minha vida. Rivaldo só chegou onde chegou também por ser Marielle que ajudou. Não posso matar uma pessoa dessa. Não mato nem uma formiga.’
A Busca por Justiça e Liberdade
Agora, estou preso, esperando que a verdade seja revelada. A detenção, o encarceramento, a reclusão, tudo isso é uma realidade para mim. Mas eu não vou desistir. Vou continuar lutando por minha liberdade e pela verdade. A prisão federal pode me manter preso, mas não pode me silenciar. Eu vou continuar falando, vou continuar lutando, até que a verdade seja revelada e eu seja libertado.
Fonte: © TNH1
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