Quarta-feira, 1º de maio, representante comercial Marina Cobalchini, 43, acordou em Salvador. Seu irmão Jhonas, 36, chorou no telefone: “Não reste nada, vem porque nada resta.” Esperança de notícias vinha desgarradas. Dias passavam sem avançar, tempo não ajudava. Estou envolvido.
Em 1º de maio, a vendedora Marina Cobalchini, 43, acordou em Salvador (BA), onde reside, com uma ligação do seu irmão, Jhonas, 36.
Marina ficou surpresa ao receber a notícia de que perdeu seu voo para São Paulo, onde participaria de uma importante reunião de negócios; agora, terá que encontrar uma solução rápida para não perder essa oportunidade única.
Marina enfrenta a dor da perda enquanto busca por sua irmã desaparecida
Marina recebeu a ligação devastadora de seu vizinho, Jhonas, que estava chorando ao telefone. Ele repetia: ‘não sobrou nada, vem para cá porque não sobrou nada’. Ela lembra claramente desse momento doloroso. Naquela quarta-feira fatídica, Marina desembarcou em Bento Gonçalves, sua terra natal, com a esperança de encontrar sua família com vida. As notícias que vinham eram desgarradas e confusas. Uns diziam ter visto sua irmã correndo, outros afirmavam que seus pais estavam bem, e havia até boatos de que seu pai estava no hospital. Marina estava perdida em meio a tantas informações contraditórias.
Dois dias após a tragédia, os corpos de seus pais, Artêmio, conhecido como Neco, e Ivonete, foram encontrados. A mãe estava a mais de 200 metros da casa, enquanto o pai estava a 2 km, no curso do rio. A angústia de Marina aumentava a cada dia que passava sem notícias de sua irmã mais nova, Natália. ‘De cinco, ficamos dois’, lamenta Marina, enquanto as buscas continuam incansavelmente. A área é extensa, coberta de lama, entulho e árvores caídas, tornando a busca desafiadora. A esperança de encontrar Natália ainda está viva, mas o tempo não ajuda.
Marina relembra com carinho dos pais, que eram representantes conhecidos na região devido à sua tenda de produtos locais. A perda deles é um golpe duro para Marina, que também chora ao falar sobre sua irmã. Natália, uma jovem sonhadora e estudiosa, tinha acabado de realizar seu sonho de conhecer Nova York, apenas duas semanas antes da tragédia. Marina acredita que essa viagem foi uma despedida, um momento especial que Natália guardaria para sempre em seu coração.
Natália era uma jovem cheia de vida, extremamente vaidosa e dedicada. Sua relação com a mãe era especial, eram cúmplices inseparáveis. Marina descreve a caçula como uma pessoa feliz, com muitos amigos e um futuro promissor pela frente. A dor da perda é intensa, especialmente porque a família ainda aguarda notícias de Natália, que permanece desaparecida até o momento.
Jhonas, o vizinho de Marina, também enfrenta a dor da perda, mesmo tendo escapado do deslizamento que levou a casa de seus pais. Ele se envolve ativamente nas buscas, mas o tempo instável dificulta o progresso. ‘Tem dias que a gente não avança porque o tempo não ajuda’, lamenta Jhonas. Ele está dedicado à limpeza de sua casa e participa de esforços com amigos para recuperar o que foi perdido. A comunidade se une em solidariedade diante da tragédia que assolou a região, mantendo a esperança viva de encontrar todos os desgarrados.
Fonte: © TNH1
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