Ex-atleta foi condenado por atentado ao pudor com violência, mas anulação do caso em 2024 foi devido julgamento à revelia.
Em 2019, o treinador Cuca foi condenado por estupro no Brasil, tendo o julgamento sido anulado em 2020. O processo foi movido pela vítima, que alegou que foi vítima de abusos sexuais e estupro. Cuca negou as acusações e alegou que o atentado à sua reputação foi injusto. Apesar disso, o treinador foi condenado a uma pena.
Em 2021, a condenação de Cuca foi anulada, o que permitiu que ele retomasse sua carreira como treinador. Ele assinou um contrato com o Atlético-MG, onde permanecerá por pelo menos mais dois anos. A decisão do treinador de voltar ao futebol após a anulação da condenação por estupro gerou controvérsias, com alguns defendendo a sua capacidade de trabalhar novamente e outros alegando que as acusações de estupro são graves e devem ser levadas em consideração.
Caso de Abusos Sexuais em 1987
Em 1987, durante uma excursão do Grêmio à Europa, Cuca, ex-atleta da equipe gaúcha, e outros três jogadores foram detidos na cidade de Berna pela acusação de terem tido relações sexuais sem consentimento com uma adolescente de 13 anos. O caso foi marcado pela violência e pelo abuso de poder.
Abusos Sexuais e Violência
A investigação da polícia local revelou que a jovem foi puxada para dentro do quarto dos jogadores e abusada. Os quatro atletas ficaram cerca de um mês presos antes da volta ao Brasil, onde pagaram fiança de 15 mil francos suíços e retornaram a Porto Alegre. O caso voltou a ser notável em abril de 2023, quando Cuca deixou o Corinthians após apenas dois jogos, citando pressão dos torcedores.
Processo e Julgamento
O julgamento do caso ocorreu dois anos após a detenção, em 14 e 15 de agosto de 1989. Na ocasião, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Cuca sempre negou a acusação e argumentou que o julgamento de 1989 se deu à revelia, sem que ele estivesse presente e sem que seus advogados pudessem defendê-lo.
Anulação do Caso e Indenização
Em janeiro de 2024, a presidente do Tribunal Regional de Berna-Mittelland, Bettina Boschler, decidiu anular o caso com base no argumento de que o julgamento de 1989 não foi justo. Além disso, o tribunal decidiu indenizar Cuca em 9,5 mil francos suíços (cerca de R$ 50 mil na cotação de janeiro). O caso foi marcado pela violência, pelo abuso de poder e pela falta de justiça.
Controvérsia e Implicações
A decisão do tribunal gerou controvérsia e implicações. Muitos questionaram a anulação do caso e a indenização de Cuca, considerando que o julgamento de 1989 foi justo e que o ex-jogador foi condenado por seus atos. Além disso, o caso levantou questões sobre a violência, o abuso de poder e a justiça no esporte.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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