Governo do Brasil adota prudência diante do tom da crise diplomática com Israel e a escalada das medidas. Além de evitar a manifestações públicas.
Após a crise diplomática com Israel, o governo brasileiro precisa reavaliar suas estratégias para lidar com a situação.
O atrito entre nações exige cautela e um posicionamento cuidadoso, para evitar que o país seja pautado por ações antidiplomáticas.
Lula errou ao comparar a ofensiva das forças israelenses na Faixa de Gaza com o Holocausto nazista.
Crise diplomática entre Brasil e Israel amplia tensão entre países
Mas Israel, por meio de seu chanceler, Israel Katz, teve reação desmedida ao expor o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, como fez. E diplomatas entendem que o jogo político iniciado ali precisa ser interrompido.
Segundo essas fontes, a escalada da agressividade no tom de Katz mudou o patamar da crise. O chanceler israelense chegou a dizer que a comparação de Lula foi um ‘cuspe na cara dos judeus brasileiros’.
Na visão desses diplomatas, o governo israelense rebaixou a discussão a um patamar inferior, deslocado da diplomacia, uma arena política de agressividade e oportunismo. ‘É isso que eles buscam’, disseram interlocutores ouvidos pelo blog.
Um dos diplomatas resumiu a postura que será adotada a partir de agora: ‘Não vamos ser pautados pela antidiplomacia do governo Netanyahu. Uma Casa que tem o Barão do Rio Branco como patrono não vai ficar ‘tretando’ por redes sociais’.
A ‘antidiplomacia de post’ de Netanyahu foi duramente criticada internamente no governo. Agora, com a consciência de que escalar o conflito é alimentar uma realidade que só joga a favor de Netanyahu.
Os diplomatas afirmam que o foco agora deve se voltar para o G20 e a situação dos civis palestinos e dos reféns israelenses – e a comunicação pública deve refletir isso.
Reações
Nesta quarta-feira (21), mais uma vez, o ministro das Relações Exteriores de Israel se dirigiu ao presidente Lula em uma rede social.
Ele publicou um vídeo ao lado de uma brasileira que sobreviveu ao ataque terrorista do Hamas em outubro de 2023. No vídeo, Rafaela Triestman conta detalhes dos ataques e critica a atuação do governo brasileiro.
Em nota, o Palácio do Planalto rebateu. Disse que o Brasil prestou assistência aos brasileiros na região, condenou os ataques do Hamas e ofereceu condolências e os serviços consulares aos brasileiros.
Diplomatas entendem , internamente, que houve tentativa de explorar o sofrimento humano para fins políticos nesse episódio.
Também nesta quarta, o Brasil nomeou o diplomata Fábio Moreira Farias para ser encarregado de negócios do Brasil em Tel Aviv, um cargo de nível hierárquico menor do que o de embaixador. É mais um sinal de que os dois países estão com o diálogo prejudicado.
Fonte: G1 – Política
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