Cineastas analisam Milei e Bolsonaro: Fundo de Cinematográfico, semelhante Funcionamento; Fome de milhares, universidades públicas, contratos esvaziados; inviabilizam Fundo de Fomento, repasses, setor semelhante.
Conhecido por sua rica produção cinematográfica, o cinema argentino enfrenta desafios semelhantes aos do Brasil nos últimos tempos. Recentemente, o Ministério de Capital Humano da Argentina tomou medidas que impactaram o Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais (Incaa), gerando preocupações sobre o futuro do cinema argentino.
Essa situação levanta debates sobre o impacto dessas mudanças na indústria cinematográfica argentina e na produção de filmes do país. A valorização do cinema argentino é essencial para manter a diversidade cultural e artística na região, e é importante buscar soluções para fortalecer a indústria cinematográfica argentina diante desses desafios.
O cinema argentino e a indústria cinematográfica argentina
A agência equivalente à Ancine, conhecida como INCAA, foi estabelecida em 1957, desempenhando um papel crucial no apoio e fomento do cinema argentino. Nos últimos anos, houve uma mudança significativa na abordagem de financiamento, como destacado pela Secretaria de Cultura argentina, que expressou a necessidade de encerrar práticas que impactavam negativamente a sociedade.
A interrupção dos repasses e contratos, visando economizar US$ 8 milhões em custos de folha salarial, causou bastante controvérsia. Entidades e profissionais do setor cinematográfico argentino se manifestaram contra essa decisão, argumentando que o orçamento do INCAA depende fortemente da produção nacional.
O Fundo de Fomento Cinematográfico, estabelecido em 1994, é a principal fonte de financiamento do INCAA, recebendo uma parte significativa dos rendimentos de cada ingresso de cinema, juntamente com outras contribuições relacionadas à produção cinematográfica. Em 2022, estudos indicam que 80% do orçamento do INCAA derivou desse fundo.
Durante o Prêmio Platino de Cinema Ibero-Americano, realizado recentemente em Cancún, no México, o coletivo Cine Argentina Unido denunciou as ações do governo, frisando as consequências negativas do fim do apoio financeiro à indústria cinematográfica argentina. Várias personalidades do cinema argentino e internacional, como Cecilia Roth, Juan Antonio Bayona, Dolores Fonzi, e outros, manifestaram seu apoio.
A decisão de congelar e desmantelar as políticas de incentivo industrial não afeta apenas o cinema, mas também a economia e a educação. O comunicado do coletivo destaca a preocupação com a perda de empregos e o impacto nas pequenas empresas, bem como o esvaziamento das universidades públicas.
Raquel Valadares, realizadora e pesquisadora, compara o atual cenário argentino com a situação enfrentada recentemente pela indústria audiovisual brasileira. No Brasil, medidas semelhantes levaram ao desvio de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual para outros fins durante a pandemia, o que impactou negativamente o setor.
Ambos os países possuem uma rica história cinematográfica, com produções que conquistaram reconhecimento internacional, como ‘Relatos Selvagens’ da Argentina e ‘O Mal que nos Habita’. A resistência e mobilização em torno dessas questões são essenciais para preservar a vitalidade e diversidade do cinema em ambas as nações.
Fonte: @ Metropoles
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