Taxa Selic sobe, valorização do dólar e pacote de corte de gastos encarece o custo do crédito.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central irá decidir os juros de referência para os empréstimos e para as aplicações financeiras na sua última reunião do ano. Essa decisão é fundamental para o mercado financeiro, pois afeta diretamente o custo da dívida para os consumidores e empreendedores.
É esperado que o Copom não altere os juros, considerando a alta expectativa da inflação do ano que vem. Uma mudança nessa direção poderia afetar negativamente o mercado de opções, especialmente se consideramos a alta dos juros, que poderia aumentar o custo de captação de recurso para o setor financeiro. Portanto, o mercado está atento às possíveis decisões do Copom e as expectativas da inflação do próximo ano.
Expectativas para alta de juros intensificam pressão sobre o mercado
A valorização do dólar e a desconfiança com a política fiscal estão alimentando expectativas mais altas de inflação, o que aumenta a pressão para uma alta de juros. Essa situação coloca o mercado em alerta, pois o aumento dos juros pode encarecer o custo do crédito e desestimular o consumo, fazendo com que os preços recuarem. A alta expectativa de juros é uma das principais razões para o desempenho fraco da bolsa, pois os investimentos de renda variável tendem a perder atratividade com os juros nesse nível ou maiores.
Ainda assim, as expectativas dos economistas são mais conservadoras até do que as estimativas dos investidores no mercado de opções, como o Termômetro do Copom aponta. Estão embutidos nos preços uma probabilidade de 51% de subida da Selic de 0,75 ponto percentual, para o patamar de 12% ao ano, contra uma possibilidade de 40% de subida de 1 ponto percentual, para o nível de 12,25% ao ano.
Dos 117 instituições ouvidas pelo Valor, 89 esperam que o Banco Central aumentará os juros em 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira, para o patamar de 12% ao ano. Já 24 casas estimam uma subida de 1 ponto percentual, para o nível de 12,25% ao ano. Apenas quatro apostam que o Copom manterá o ritmo da última reunião, de 0,50 ponto percentual, levando os juros para 11,75% ao ano.
O conselho dos especialistas tem sido aproveitar as aplicações financeiras de renda fixa que oferecem taxas mais altas, como as aplicações atreladas à Selic (como o Tesouro Selic) e os investimentos atrelados à inflação (como o Tesouro IPCA+). Com a alta nas expectativas para a inflação e os juros, eles estão oferecendo taxas muito atrativas, de 7% ao ano mais a inflação, que são raras de se ver.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo