PF apura ex-presidente Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores por tentativa de golpe e invalidar eleições vencidas por Lula. Pilar do gabinete do ódio e dinâmica de milícia digital contra vacinação.
Nesta quinta-feira (8), a Polícia Federal desencadeou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele, suspeitos de tentar subverter o Estado e anular as eleições de 2022, que foram conquistadas por Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dos alvos das buscas é o paraibano Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido por ser uma peça-chave no chamado ‘gabinete do ódio‘. Ele teve seus aparelhos eletrônicos apreendidos. O g1 fornece mais detalhes sobre a figura de Tércio Arnaud e sua ligação política com Bolsonaro.
Quem é Tércio Arnaud?
Tércio Arnaud é natural de Campina Grande, na Paraíba, e foi descoberto por Carlos Bolsonaro entre 2013 e 2014, quando a página ‘Bolsonaro Opressor’ no Facebook ganhou destaque. Utilizando memes, ele atacava os adversários do ex-deputado federal, além de elogiar Bolsonaro.
Com formação em Biomedicina, Tércio era recepcionista de hotel. Com a vitória de Bolsonaro na eleição de 2018, ele foi um dos primeiros nomeados como assessor especial da Presidência, tendo como salário quase R$ 14 mil, mesmo sem experiência prévia em política.
Trajetória de Tércio na política
Tércio Arnaud foi assessor especial de Jair Bolsonaro nos primeiros anos de gestão. Ele também gerencia as redes sociais de Bolsonaro na eleição de 2018. Anteriormente, atuou no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, no Rio de Janeiro, como auxiliar de gabinete.
Ele se afastou do cargo de assessor de Bolsonaro para tentar as eleições como suplente de senador em 2022. Após a derrota, foi recontratado como assessor em outubro de 2022.
Nas eleições de 2022, Bruno Roberto, de quem Tércio era primeiro suplente, ficou em quinto lugar, com 231.968 votos, equivalente a 11,58% dos votos válidos, sendo o vencedor Efraim Filho (UB), que obteve 617.477 votos (30,82%).
Investigações contra Tércio Arnaud
Em setembro de 2020, uma investigação sobre contas falsas removidas pelo Facebook ligadas ao presidente Bolsonaro indicou Tércio Arnaud Tomaz como administrador de alguns dos perfis que disseminavam notícias falsas. Ele é membro do chamado ‘gabinete do ódio‘ – um grupo que, supostamente sob as ordens do Palácio do Planalto, espalhava fake news e declarações agressivas contra os opositores de Bolsonaro.
A apuração foi conduzida pelo Laboratório Forense Digital (DFRLab) a partir de mensagens e posts publicados nas páginas removidas.
Tércio foi o único dos responsáveis pelas páginas identificado na investigação que tem vínculos diretos com Jair Bolsonaro. Sua página no Facebook foi suprimida.
CPI da Covid-19 no Senado
Na CPI da Covid-19 do Senado Federal em 2021, ele foi mencionado e investigado, sob suspeita de disseminar fake news contra a vacinação em massa no Brasil e a segurança dos imunizantes.
Investigação por tentativa de golpe
Na investigação mais recente, nesta quinta-feira (8), a Polícia Federal identificou Tércio Arnaud como um dos investigados por supostamente tentar promover um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a PF, houve mandado de busca e apreensão contra Tércio Arnaud Tomaz. Ele teve o celular apreendido. O grupo investigado ‘se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da sua realização, afim de viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital‘.
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Fonte: G1 – Política
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