Se concretizada, compra International Paper criaria operação de receita superior a US$ 27 bilhões, com internacionalização, negociações, acordos complexos e potenciais barreiras para junção.
Em janeiro deste ano, Joana Silva, diretora financeira da empresa XPTO, mencionou durante uma reunião que a organização estava considerando expandir suas operações no exterior. Dois meses depois, foi divulgado que a executiva seria promovida e assumiria a posição de CEO em setembro, sucedendo Marcos Oliveira. A companhia de tecnologia nacional parece estar se preparando para uma grande mudança na liderança.
Além disso, rumores indicam que a empresa está buscando possíveis parceiros para uma aquisição estratégica no mercado europeu. Parece que a XPTO está planejando não apenas uma mudança de liderança, mas também um movimento ousado em seus negócios internacionais.
Mudanças no cenário de negociação internacional
Mas os planos internacionais para a Suzano parecem seguir seu curso. De acordo com uma reportagem da agência Reuters divulgada em 6 de maio, a empresa teria feito uma proposta de quase US$ 15 bilhões para adquirir a International Paper. Essa aquisição envolveria o pagamento de US$ 42 por ação, em dinheiro, conforme fontes próximas à negociação. No entanto, surgiram preocupações de que a oferta da Suzano possa ser maior do que o esperado, causando incerteza no mercado.
Um gestor investidor em ações da SUZB3 expressou preocupação com a demora da Suzano em divulgar informações relevantes sobre a transação. Enquanto isso, a Reuters aponta que existe uma tendência de rejeição da oferta por parte da International Paper. Essa recusa estaria relacionada, em parte, à exigência da Suzano de suspender a aquisição da britânica DS Smith, anunciada pela International Paper por US$ 7,2 bilhões em abril.
Caso os obstáculos sejam superados, o acordo resultaria em uma grande junção quatro anos após a International Paper vender suas operações no Brasil para a Klabin por R$ 330 milhões. Além de marcar a entrada da Suzano no mercado de embalagens e papelão ondulado, a fusão criaria uma gigante no setor de papel, celulose e embalagens.
Analisando os números potenciais dessa operação, a receita combinada das empresas seria de mais de US$ 27 bilhões, com um volume de vendas total de 27,1 milhões de toneladas em embalagens. Segundo a Levante Insider Corp, a nova empresa teria um Ebitda estimado entre R$ 30 bilhões (US$ 5,9 bilhões) e R$ 40 bilhões (US$ 7,9 bilhões), com um EV/Ebitda de 6 vezes.
Com base nos valores atuais, a avaliação de mercado combinada ultrapassaria os US$ 26 bilhões. Em termos de capacidade produtiva, o grupo resultante contaria com 34 fábricas de celulose, papel e embalagens, incluindo as 28 unidades adicionais da International Paper, juntamente com 200 unidades de conversão de caixas de papelão e 18 de reciclagem.
A International Paper opera em mais de 10 países, atendendo a uma extensa carteira de mais de 21 mil clientes. Por sua vez, a Suzano possui escritórios de representação na China e está presente em diversos países, como Estados Unidos, Suíça, Argentina e Áustria.
Enquanto algumas análises destacam preocupações com a possível aquisição, ressaltando a importância da internacionalização da empresa, a reação do mercado tem sido mista. Na Bolsa de Valores, as ações da Suzano fecharam com queda de 12,27%, enquanto os papéis da International Paper terminaram em alta de 5,20%. A incerteza quanto ao desfecho das negociações deixa investidores e analistas atentos aos próximos passos nesse processo de aquisição.
Fonte: @ NEO FEED
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