A redução de áreas destruídas não evita os desafios da floresta ameaçada pela seca e mudança climática, necessitando de dados sobre desmatamento, combate às mudanças climáticas e monitoramento, com brigadistas, sob pressão de emissões de gases do efeito estufa.
O Brasil enfrenta um desafio crucial no combate às mudanças climáticas, com a redução do desmatamento do Cerrado sendo um passo importante em direção à sustentabilidade. Após um hiato de quatro anos, o país registra uma queda significativa no desmatamento do bioma, graças aos esforços de conservação e monitoramento.
Os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) apontam para uma diminuição de 25,7% no desmate, passando de 11.002 km² em 2023 para 8.174 km² em 2024. Este declínio é um indicativo positivo no combate às mudanças climáticas, pois o desmatamento é um dos principais fatores contribuintes para a perda de biodiversidade e a liberação de gases de efeito estufa. Além disso, o desmatamento também afeta as comunidades locais, pois o desmate da vegetação nativa do Cerrado pode levar ao desmate das terras tradicionalmente ocupadas por essas comunidades, exemplo do desmate da Floresta do Parque do Cerrado, em Brasília.
Combate-às-mudanças-climáticas: Juntos podemos fazer uma diferença significativa
Em uma ação conjunta, brigadistas do Distrito Federal estão combatendo incêndios em áreas de Cerrado próximas ao aeroporto de Brasília. Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão Além do Cerrado, o desmatamento na Amazônia apresentou uma queda de 30,6% em relação a 2023, atingindo o menor patamar em nove anos. De agosto de 2023 a julho de 2024, uma área de 6.288 km² foi desmatada, ante 9.064 km² no período anterior.
A taxa de desmatamento na Amazônia confirma a tendência de queda e é um resultado positivo, após o ano passado ter registrado uma queda de 21,8% em relação a 2022. O desmatamento do Cerrado era uma grande preocupação do governo Lula, que desde o início de seu mandato registrou uma queda no desmatamento na Amazônia, mas ainda não havia obtido resultados positivos no Cerrado.
Desmatamento: O desafio contínuo na Amazônia
Na última divulgação do Prodes, o Cerrado vivia um cenário de estabilidade em relação ao desmatamento, com um aumento de 3% na área desmatada em relação a 2022, dentro da margem de erro. No entanto, em 2023, a área desmatada bateu recorde. Em resposta, o governo assinou o Pacto para a Prevenção e Controle do Desmatamento e de Incêndios no Cerrado dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba).
‘A queda do desmatamento no Cerrado, que para muitos parecia impossível, é fruto desse trabalho integrado e que começa a ganhar força cada vez mais’, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. O Matopiba é considerado uma área crítica, onde a combinação de alta aptidão agrícola, expansão de infraestrutura, desafios na fiscalização, pressões econômicas e questões de governança torna a região vulnerável ao desmatamento.
Combate-às-mudanças-climáticas: Ação conjunta e resultados positivos
Na Amazônia, apesar das quedas, a seca histórica na região e outros fatores colocam a floresta em risco. De janeiro a novembro deste ano, foram registrados 123.361 focos de incêndio no bioma, segundo dados do Inpe. O número representa um aumento de cerca de 48% no número de queimadas em comparação com o mesmo período de 2023 (83.356).
A próxima semana, o Brasil participa da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (COP-29) em Baku, no Azerbaijão. Os dados sobre desmatamento são um trunfo importante do País na intenção de mostrar ao mundo a disposição de atuar no combate às mudanças climáticas. A queda do desmatamento, segundo o governo, rendeu a redução de emissões da ordem de 400,8 milhões de toneladas de gases do efeito estufa.
‘Hoje ficou claro que o combate às mudanças climáticas não é apenas uma questão ambiental, mas também econômica e social. Reduzimos a Argentina inteira. É uma conquista realmente importante’, afirmou o vice-presidente, Geraldo Alckmin. ‘Vamos levar para a COP essas conquistas que não são só do Brasil, ajudam planetariamente e são exemplos, mostram que é possível, sim, descarbonizar e segurar as mudanças climáticas gerando emprego, gerando renda.’ Neste ano, o principal tema discutido na conferência é o financiamento climático. A expectativa é de que os países participantes se comprometam a aumentar sua contribuição para o combate às mudanças climáticas.
Fonte: @ Terra
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