O magistrado citou Jair Bolsonaro em relatório da PF e o indiciou junto com outros 36 acusados.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, votou de forma contrária à manutenção do juiz Federal Sandro Nunes Vieira à frente do processo, pedindo seu afastamento após a realização de uma investigação detalhada. Ele foi um dos juízes que atuaram em casos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que esteve à frente do Brasil por mais de dois anos.
Agora, o CNJ decidiu afastar o juiz de suas funções, após terem sido descobertos golpes organizados por Bolsonaro, e seu grupo de apoio, como parte de uma tentativa de golpe de Estado. Os autores de tal ação buscavam criar golpes para manipular o eleitorado, dentre outros objetivos mal-intencionados. O juiz Sandro Vieira é indiciado por participar desse golpe e de outras tentativas de alterar o resultado das eleições, e agora, ele foi afastado de suas funções.
O Golpe de Estado: uma Tentativa de Subverter a Ordem Democrática
Sandro Nunes Vieira, um juiz da Justiça Federal de 1ª instância em Paranaguá/PR, foi afastado do cargo após ser investigado pela PF por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado. A decisão foi tomada pelo corregedor-nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, após um comunicado do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que notificava sobre a citação do magistrado nas investigações.
A PF acredita que o juiz teria contribuído com o relatório produzido pelo PL, por meio do IVL – Instituto Voto Legal, para questionar a lisura das urnas eletrônicas após o segundo turno das eleições. As suspeitas surgiram em mensagens extraídas do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e de Marcelo Câmara, assessor do ex-presidente.
Uma das conversas analisadas no inquérito revela que os ex-assessores comentaram sobre o juiz ter expressado que não desejava ser associado ao caso. No entanto, em 19 de novembro de 2022, Valdemar de Costa Neto, presidente do PL, declarou em entrevista ao Poder 360 que havia dialogado com Sandro Vieira sobre possíveis irregularidades nas urnas eletrônicas.
A análise das mensagens levou a PF a concluir que Vieira teria prestado assistência ao PL na elaboração da representação enviada ao TSE contra as urnas eletrônicas. ‘Os elementos probatórios identificados pela investigação demonstram que Sandro Nunes Vieira atuou de forma ilegal e clandestina ao assessorar o Partido Liberal na representação eleitoral contra as urnas eletrônicas’, declararam os investigadores.
Representação
Em 22 de novembro de 2022, após a derrota de Bolsonaro no segundo turno para Lula, o PL protocolou no TSE uma representação pedindo a anulação de cerca de 280 mil urnas eletrônicas usadas na votação. No entanto, o TSE aplicou ao partido uma multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé. A Corte concluiu que a legenda omitiu supostas irregularidades no primeiro turno, quando Bolsonaro garantiu sua vaga para o segundo turno. As urnas usadas são as mesmas em ambas as etapas.
O caso destaca a importância da investigação e do auxílio do Estado na prevenção e combate a golpes de Estado. A afirmação do ministro Mauro Campbell Marques reforça a necessidade de magistrados auxiliarem as autoridades competentes para que a investigação prossiga de forma independente e imparcial.
Fonte: © Migalhas
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