Com procedimento, reduziu-se a taxa de eventos graves como morte, AVC e hospitalização inesperada por estenose aórtica grave em pacientes com idade média.
Um novo estudo, publicado na revista científica New England Journal of Medicine, destaca a importância da cirurgia na redução de riscos em pacientes com estenose aórtica grave. A substituição precoce da válvula aórtica pode ser uma opção viável para pacientes ainda sem sintomas.
Os resultados do estudo indicam que a cirurgia pode reduzir significativamente os riscos de morte e hospitalizações inesperadas em pacientes com estenose aórtica grave. Além disso, a cirurgia pode também reduzir o risco de AVC, um dos principais motivos de hospitalização em pacientes com doenças cardíacas. O tratamento precoce pode ser a chave para uma melhor qualidade de vida e reduzir os riscos associados a complicações cardíacas.
Um novo olhar para a cirurgia
Uma investigação sugere que procedimentos menos invasivos podem trazer benefícios significativos para a saúde e qualidade de vida dos pacientes. A cirurgia, denominada TAVI (Substituição Transcateter da Válvula Aórtica), é minimamente invasiva e realizada por meio de um cateter inserido pela virilha, guiado até o coração. Os resultados da pesquisa, publicados em um estudo recente, destacam a importância de uma abordagem precoce para tratar a estenose aórtica grave, uma condição caracterizada por uma válvula aórtica estreitada que dificulta o fluxo de sangue do coração para o resto do corpo.
Substituição precoce da válvula aórtica
Os pacientes diagnosticados com estenose aórtica grave foram divididos em dois grupos: um primeiro grupo realizou a troca da válvula aórtica logo após o diagnóstico, enquanto o segundo grupo seguiu o protocolo padrão de acompanhamento clínico, sem intervenção imediata. Os resultados mostraram que no grupo que realizou a troca precoce da válvula, houve redução de 50% no risco de eventos graves combinados, como morte, acidente vascular cerebral (AVC) e hospitalização por causas cardiovasculares, em comparação ao grupo monitorado.
Risco de eventos e hospitalizações inesperadas
A taxa de hospitalizações inesperadas por problemas cardíacos foi de 20,9% entre os que fizeram a cirurgia precoce, enquanto no grupo que não passou pela intervenção esse número chegou a 41,7%. Esses dados sugerem que a substituição precoce da válvula aórtica pode reduzir significativamente o risco de eventos graves e hospitalizações inesperadas em pacientes com estenose aórtica grave.
Qualidade de vida e saúde do coração
O estudo também apontou que a troca precoce da válvula aórtica melhorou a qualidade de vida dos pacientes. Dois anos após o procedimento, 86,6% dos pacientes que fizeram a cirurgia precoce relataram boa condição de saúde e bem-estar geral — a taxa foi de 68% no grupo monitorado sem intervenção. Além disso, os pacientes que realizaram o procedimento logo após o diagnóstico mantiveram melhores índices de saúde do coração, como função cardíaca e menor necessidade de hospitalizações por emergências.
Implicações para a saúde pública e futuras pesquisas
A estenose aórtica é uma condição progressiva e silenciosa que afeta cerca de 3% a 5% das pessoas com 75 anos ou mais. Até então, a recomendação médica era esperar que os sintomas surgissem antes de considerar a cirurgia. No entanto, o estudo sugere que, em vez de adiar a intervenção, realizar a troca da válvula logo após o diagnóstico pode ajudar a prevenir o agravamento da condição e reduzir os riscos de complicações graves, como insuficiência cardíaca e hospitalizações frequentes. Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores ressaltam a necessidade de mais estudos para avaliar a durabilidade das válvulas substituídas, especialmente em pacientes mais jovens.
Fonte: @ Veja Abril
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