Ministro das relações exteriores Mauro Vieira pede cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas durante viagem por países do Oriente Médio, excluindo Tel Aviv. Lula foi declarado ‘persona non grata’ lá.
Em meio à crise diplomática entre o Brasil e Israel, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, inicia sua visita a Ramala, Palestina, neste domingo (17).
Parte de um giro de cinco dias pelo Oriente Médio, a viagem de Vieira tem como objetivo fortalecer os laços do Brasil com os países da região, em meio à crise de relacionamento entre Brasil e Israel.
Segundo o Itamaraty, a agenda do chanceler brasileiro inclui um encontro com o chanceler palestino, Riyad al-Maliki, neste domingo, além de outras atividades importantes.
No encontro, Vieira e al-Maliki devem discutir a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel. Desde o início do conflito, mais de 30 mil pessoas perderam a vida, de acordo com relatos do Hamas.
Crise Diplomática
A reunião entre os dois chanceleres acontece também num cenário em que o Brasil enfrenta uma guerra diplomática com Israel, causada por declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem se referido às situações em Gaza como um ‘genocídio‘. Lula também tem enfatizado que mulheres e crianças inocentes estão entre as vítimas.
Em razão dessas e de outras declarações — como a que comparou as mortes na região ao que Adolf Hitler fez contra os judeus —, Lula foi declarado ‘persona non grata‘ pelo governo de Benjamin Netanyahu.
Em resposta a esse episódio e diante da avaliação de que o governo local quis ‘humilhar’ o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, Lula chamou o diplomata de volta ao Brasil para consultas. De caráter excepcional, a medida demonstrou, em linguagem diplomática, a insatisfação do Brasil com o governo israelense.
‘[Durante a viagem, Mauro Vieira] tratará de questões regionais de relevância e interesse mútuo, em particular o conflito e a crise de relacionamento que atingem a Faixa de Gaza e sua população, bem como as perspectivas para estabelecimento de um cessar-fogo e eventual retomada de negociações voltadas a alcançar paz duradoura para o Oriente Médio’, informou o governo brasileiro.
Chanceler Palestrino e Emabixador do Brasil
Durante a presidência brasileira do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em outubro do ano passado, o Brasil tentou aprovar resoluções que levassem a um cessar-fogo na região e também à manutenção de corredores humanitários para saída de civis.
Os textos, contudo, acabaram rejeitados — embora tivessem sido apoiados pela maioria dos integrantes do conselho.
Os Estados Unidos — país com direito a veto por ter direito a assento permanente no Conselho —, por exemplo, rejeitaram propostas argumentando que as redações não condenavam explicitamente o Hamas ou não deixavam claro o direito de Israel reagir ao ataque.
‘[Na viagem ao Oriente Médio, Mauro Vieira] reiterará ainda o compromisso brasileiro com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e em segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas’, informou o Ministério das Relações Exteriores.
Conforme o Itamaraty, Mauro Vieira também abordará na viagem temas como cooperação técnica, comércio e investimentos.
Fonte: G1 – Política
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