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Presidente do CFM pede revisão urgente da resolução da Anvisa para uso de fenol em procedimentos estéticos, exigindo critérios de segurança com estudos que comprovem efeitos adversos e mortes.
RIO DE JANEIRO, RJ (AGÊNCIA BRASIL) – O CRM (Conselho Regional de Medicina) manifestou desacordo com a determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de restringir temporariamente a utilização de fenol (ácido carbólico) em intervenções estéticas e médicas.
O fenol é um composto químico amplamente utilizado na indústria farmacêutica e cosmética. A proibição do uso de fenol (ácido carbólico) pode impactar significativamente a realização de diversos procedimentos, levantando preocupações no setor da saúde.
CFM solicita revisão urgente para uso de fenol em tratamentos estéticos
Em comunicação enviada nesta terça-feira (25), o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, solicitou uma revisão imediata da decisão, a fim de permitir que os médicos brasileiros possam empregar o fenol em procedimentos terapêuticos, incluindo os estéticos, de acordo com critérios rigorosos de segurança e eficácia.
A Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgada após a comoção causada pela morte de um empresário devido a um peeling de fenol, ressaltou que não houve apresentação de estudos que comprovem a eficácia e segurança do fenol para uso em tais procedimentos.
O CFM, que participou de uma reunião preliminar com a Anvisa, concorda com as restrições impostas pela agência a não profissionais da saúde, mas espera uma maior flexibilidade para os médicos. O presidente do CFM expressou sua preocupação, afirmando que a proibição do uso do fenol, mesmo por médicos, é excessiva, uma vez que estes profissionais são qualificados e autorizados para utilizar a substância em tratamentos realizados em locais que seguem as normas sanitárias.
Segundo o CFM, os incidentes relacionados ao uso do fenol, como efeitos adversos e óbitos, têm sido associados a procedimentos estéticos conduzidos por não médicos. A entidade reconhece a importância da resolução em estabelecer diretrizes para o uso do fenol, que estava sendo comercializado sem controle adequado, inclusive online. No entanto, ressalta a necessidade de ajustes na regulamentação.
A decisão recente da Anvisa proíbe temporariamente a importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso de produtos contendo fenol (ácido carbólico) em procedimentos de saúde em geral e estéticos. A medida permanecerá em vigor enquanto são realizadas investigações sobre os potenciais riscos associados ao uso dessa substância química, amplamente empregada em procedimentos invasivos.
A Anvisa justificou a medida cautelar com base na preocupação com os possíveis impactos negativos na saúde da população. Um dia antes da publicação da resolução, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) acionou a agência na Justiça Federal, solicitando a suspensão da comercialização de produtos à base de fenol para profissionais não médicos.
O caso que despertou atenção para os perigos do uso do ácido carbólico foi a morte do empresário Henrique da Silva Chagas, 27 anos, em uma clínica de estética localizada na rua Doutor Jesuíno Maciel, no bairro do Campo Belo, em São Paulo, devido a uma parada cardiorrespiratória causada pelo peeling de fenol. A responsável pelo procedimento, a influenciadora Natalia Fabiana Freitas Antônio, que se apresenta como Natalia Becker, foi indiciada por homicídio doloso, por ter assumido o risco de provocar a morte.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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