Requerimento considera danos à saúde para pacientes submetidas a procedimentos estéticos com produto, causando reações inflamatórias, formação de nódulos, processos inflamatórios crônicos e deformidades irreversíveis.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que imediatamente suspendesse a produção e distribuição em todo o território nacional de preenchimentos de implantes faciais e mamários baseados em PMMA, ou seja, polimetilmetacrilato.
De acordo com o CFM, essa suspensão deve ser imediata, com a pressa de que a Anvisa expedisse o comunicado assim que possível, para que as unidades de saúde e os profissionais possam se adaptar a essa mudança. Acredita-se que essa medida irá colaborar para o aprimoramento da segurança pública, garantindo que o poder público se responsabilize por oferecer proteção adequada aos usuários desses produtos médicos.
Uso de produtos injetáveis para preenchimento de áreas corporais: um alerta
A substância PMMA tem sido amplamente utilizada em procedimentos estéticos, especialmente na região glúteos e lábios, mas em anos recentes, tem sido associada a sérias complicações que deixaram sequelas e causaram até a morte de pacientes. Durante uma reunião realizada com membros da agência, um documento foi entregue destacando os riscos associados ao uso de substâncias injetáveis para preenchimento, além de posicionamentos das entidades médicas, como as sociedades brasileiras de Dermatologia (SBD) e Cirurgia Plástica (SBCP), sobre eventos adversos de tratamentos estéticos emitidos ao longo de quase 20 anos.
A falta de eficácia das tentativas de alerta e regulamentação empreendidas por sociedades médicas de especialidade, pelo CFM e pela Anvisa ao longo de mais de 18 anos tem se mostrado infrutíferas, sendo incapazes de restringir o uso de produtos à base de PMMA a pequenas quantidades e com fins reparadores. O uso em grandes volumes e com fins estéticos vem aumentando vertiginosamente, inclusive por profissionais não médicos, causando imenso dano à população, de acordo com a entidade no documento.
O PMMA pode desencadear reações inflamatórias ao longo da vida dos pacientes e o procedimento para remoção do material é complexo, deixando sequelas permanentes. Isso ocorre porque ele se funde ao tecido saudável, que também acaba sendo retirado durante a cirurgia, resultando em sulcos no músculo e outros danos. Imagens fortes das operações foram anexadas ao conteúdo.
Por todos os estudos e guidelines, infere-se que o PMMA é um material não reabsorvível e permanente, que apresenta complicações frequentemente observadas anos após sua aplicação, incluindo formação de nódulos, granulomas, processos inflamatórios crônicos, embolias, necroses teciduais, infecções persistentes, hipercalcemia, insuficiência renal, deformidades irreversíveis e até mortes, diz um posicionamento da SBCP de novembro do ano passado incluído no documento.
Embora casos de complicações e mortes sejam divulgados de tempos em tempos, o CFM afirma que ainda há subnotificação e subdiagnóstico de problemas relacionados aos preenchimentos. Além de recusar o uso de PMMA, os pacientes também devem ficar atentos ao realizar procedimentos estéticos e sempre buscar profissionais habilitados, pois há relatos de pessoas submetidas a preenchimentos com a substância sem terem ciência do produto utilizado.
‘Desconfie de preços muito abaixo do mercado, pois pode ser um indício que a substância que será utilizada não é de qualidade. Além disso, tire todas as suas dúvidas com o médico, pergunte qual produto será utilizado e peça para ver o rótulo e a seringa antes da aplicação’, recomenda a dermatologista Mônica Aribi, sócia efetiva da SBD.
O uso de PMMA, especialmente em grandes volumes e com fins estéticos, tem sido amplamente criticado. A segurança e a eficácia da substância para preenchimento de áreas corporais são questões preocupantes. Além disso, o risco de reações inflamatórias e a complexidade do procedimento para remoção do material são aspectos importantes a considerar. Os pacientes devem estar atentos e fazer pesquisas antes de realizar qualquer procedimento estético.
Fonte: @ Veja Abril
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