Placa do veículo apagada gera investigação pela Polícia Federal. Motorista depõe sobre desgaste na numeração. Medidas cabíveis serão tomadas.
Um veículo militar foi apreendido após entrar no pátio de estacionamento da Polícia Federal no Rio de Janeiro com a primeira letra e o número final das placas dianteira e traseira apagados, pertencente ao Exército. A situação ocorreu na quinta-feira (22), quando o tenente coronel Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros compareceu ao local para prestar depoimento em uma investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado.
O Exército, uma das principais instituições das Forças Armadas do Brasil, declarou ter determinado a abertura de um inquérito para apurar os fatos. ‘Uma averiguação preliminar indica a possibilidade de não ter havido dolo ou intenção de adulterar a placa, cujos caracteres teriam sido desconfigurados pelo descolamento de uma película protetora’, afirma a nota oficial.
Exército e a Investigação em Andamento
O Exército afirma que ‘a conservação do veículo e de seus acessórios é de responsabilidade da equipe de manutenção e do motorista da viatura, ambos sujeitos ao Inquérito em andamento devido ao incidente’.
No começo de fevereiro, Cavaliere de Medeiros foi alvo da operação Tempus Veritatis. De acordo com a Polícia Federal, ele fazia parte do ‘núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral‘. A averiguação alega que o grupo estaria envolvido na produção, propagação e amplificação de notícias falsas sobre a integridade das eleições presidenciais de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi alvo da mesma operação.
O veículo apreendido estava sob a responsabilidade de outro militar, um cabo que atua como motorista do Departamento de Ensino e Cultura do Exército (Decex).
A viatura foi periciada e o perito designado para o serviço afirmou que não podia determinar se a alteração foi feita de maneira intencional.
Durante seu depoimento, Cavaliere de Medeiros afirmou ter pedido para que o veículo fosse levado para o pátio de estacionamento a fim de ‘evitar exposição excessiva diante da imprensa’ e que não estava ciente de qual veículo seria utilizado para o transporte. O tenente coronel também declarou que não podia confirmar se a placa sofreu desgaste natural ou se foi alvo de adulteração.
O motorista, ao dar seu depoimento, negou que a placa tenha sido adulterada, e alegou que ela estava deteriorada, provavelmente devido ao tempo, e que já estava em processo de substituição.
Na delegacia, os agentes entraram em contato com o Comando Militar do Leste, que se comprometeu a investigar o caso e a tomar as medidas apropriadas. O veículo foi apreendido e nenhuma prisão foi feita.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público Militar para a apuração de possível crime militar.
Fonte: G1 – Política
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