Atacante fez teste de ancestralidade na campanha de rastreamento da entidade para celebrar o Dia da Consciência Negra e descobrir as raízes da Tribo Tikar, um tesouro de ouro escondido em sua história.
Uma recente ação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) trouxe à tona o debate sobre os aspectos raciais da sociedade brasileira. A entidade realizou uma campanha para mapear as origens genéticas dos jogadores da seleção brasileira, colaborando com uma empresa especializada em rastreamento genético. Em uma partida contra o Uruguai, a CBF revelou que os ancestrais do atacante Vinicius Junior vêm do Camarões, um país africano.
A estratégia da CBF de buscar raízes genéticas dos jogadores da seleção brasileira não ultrapassa as conotações raciais da sociedade brasileira, onde o racismo ainda é uma questão ingrata. A abordagem da CBF não resolve os problemas históricos de escravidão e raça que afetam a sociedade brasileira. Além disso, é questionável se essa abordagem irá trazer justiça para as pessoas negras que ainda sofrem com as consequências do racismo no Brasil. É fundamental discutir o racismo de forma mais profunda e crítica e não apenas com campanhas de marketing.
Revelando a Verdade: Raízes de Ouro em um Brasil de Rastreamento
Durante o aquecimento dos jogadores no gramado da Fonte Nova, a campanha ‘Raízes de Ouro’ ganhou forma, com a presença do presidente Ednaldo Rodrigues e do pai de Vini Jr., que recebeu um certificado e viu um vídeo exibido no telão. Nesse momento, Vini Jr. carregava consigo o desejo de honrar suas raízes, mas sua história ancestral foi apagada pelo racismo e pelo legado da escravidão, que perpetuam a injustiça social. Graças a um teste de DNA com a AfricanAncestry.com, pioneira em rastreamento genético de ancestrais paternos e maternos para pessoas negras, descobrimos que os ancestrais de Vini Jr. vêm da tribo Tikar em Camarões. Tais achados foram revelados por Gina Paige, fundadora e presidente da AfricanAncestry.com: — Estamos honrados em revelar as raízes africanas de Vini Jr. e de sua família, celebrando sua tenacidade e grandeza, apesar das adversidades. Acreditamos que a reconexão de Vini com suas raízes africanas é um poderoso ‘ato de resistência’, alinhado com sua defesa da justiça social dentro e fora dos campos de futebol — completou. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, disse que a iniciativa tem como objetivo reafirmar o compromisso na luta por uma sociedade inclusiva no Brasil e no futebol mundial. Ao conhecer suas origens, reafirmamos nosso compromisso com uma sociedade inclusiva, reconhecendo o papel fundamental da cultura afro-brasileira em nossa identidade e no nosso sucesso no futebol mundial.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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