Camelôs não são atraídos por injeções de dinheiro nem por Black Friday para investir em árvores, produtos natalinos e commodities, assim como não são por faixas de cabelo.
Esta época do ano é marcada pela grande demanda de produtos natalinos, mas percebe-se que a maioria das barracas não está satisfeita com o movimento. Eles alegam que a demanda é abaixo do esperado, o que os leva a não quererem vender produtos como bonecos, árvores, bolas e enfeites natalinos. O comércio está fraco e isso está afetando negativamente o número de vendas.
Ao caminhar pelas ruas de 25 de março, é perceptível a falta de entusiasmo entre os camelôs e os vendedores de barracas. Muitos deles estão simplesmente esperando por clientes, mas a falta de interesse é evidente. Alguns produtos, como tênis e camisetas personalizadas com times, ainda estão sendo vendidos, mas a falta de produtos natalinos é muito notável. Produtos natalinos, como bonecos e enfeites, são difíceis de encontrar e, mesmo quando estão disponíveis, não estão sendo vendidos como esperado. O movimento nas ruas está fraco e isso está afetando a economia local.
25, de Março: um centro de comércio tradicional
Instalada na saída do metrô que dá acesso à Ladeira Porto Geral, centro nervoso da 25 de Março, em São Paulo, a artesã Marilei Jaguszewski produz turbantes, faixas de cabelo e produtos de artesanato. No entanto, ela não pretende confeccionar peças específicas para o Natal, optando por manter sua produção mais diversificada. ‘O problema é que, se não vender, o produto fica encalhado, só serve para o Natal’, explica Marilei. A artesã destaca que suas peças, com as cores verde e amarelo, faziam referência à seleção brasileira de futebol, mas os produtos encalharam e ela teve que reaproveitar o tecido.
Camelôs e barracas: um mercado de produtos variados
Na região da 25 de Março, há menos de um mês do Natal, as barracas espalhadas pela área apresentam um cenário inusitado: quase não existem produtos natalinos. Em uma das calçadas da Rua 25 de Março, no final da última semana de novembro, de 30 barracas, somente três vendiam Papai Noel, toucas e roupas infantis em vermelho e branco. Marilei Jaguszewski aproveita o movimento de final de ano para continuar vendendo turbantes e faixas sem motivos natalinos.
Um produtos natalinos: um fracasso de vendas
Reginaldo Alves de Camargo, que tem banca há 20 anos na 25 de Março, brinca que ‘fantasia vermelha que vende é a do Homem Aranha, muito mais que o Papai Noel’. Entre os produtos, o clássico enfeite do Papai Noel subindo a escadinha fica num canto, enquanto árvores de Natal e bolinhas ocupam muito espaço. Os camelôs também não podem vender produtos iguais aos das lojas que ficam em frente aos seus negócios.
Problemas de estoque e queda nas vendas
Reginaldo Alves de Camargo reclama da queda nas vendas, dizendo que ‘da pandemia para cá, veio caindo muito, no mínimo oitenta por cento’. Ele chegou a ter cinco funcionários, mas agora apenas cuida da banca sozinho. ‘Papai Noel? Estou vendendo um na vida e outro na morte’, diz ele. ‘Antes eu deixava os quatro lados da banca com coisas de Natal. Neste ano, não pretendo colocar nenhum produto específico’. Segundo ele, ‘se a coisa vende bem, o movimento começa em novembro’, mas o problema do estoque é um grande desafio. Ninguém quer comprar produtos que não vão vender bem.
Fonte: @ Terra
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