Aliança Global debate desigualdades laborais, parceria entre instituto mexicano e ONU Mulheres. Mulheres negras sobrecarregadas com trabalho remunerado e não remunerado.
A importância do cuidado ganhou destaque esta semana com a adesão do governo brasileiro à Aliança Global Pelo Cuidado, uma iniciativa do Instituto Nacional das Mulheres do México (Inmujeres) em parceria com a ONU Mulheres, braço da Organização das Nações Unidas. A adesão brasileira foi oficializada na última terça-feira (27) pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, demonstrando o comprometimento do país com a promoção do cuidado em âmbito global.
A aliança, que tem como objetivo diminuir as desigualdades no papel de cuidar, historicamente mais exercido por mulheres, é uma importante iniciativa para promover a valorização das atividades de cuidado e reconhecer a responsabilidade do cuidado como um trabalho essencial para o desenvolvimento social e econômico. O reconhecimento e valorização do trabalho de cuidado são fundamentais para fomentar a igualdade de gênero e garantir o bem-estar de toda a sociedade.
Cuidado: uma responsabilidade histórica
O conceito de cuidado é extremamente amplo e abarca tanto as atividades de cuidado remunerado, como o trabalho de enfermagem e educação infantil, quanto as atividades de cuidado não remunerado, como as pessoas que cuidam de crianças e idosos no próprio lar. Essas responsabilidades têm sido historicamente mais exercidas por mulheres, sobrecarregando-as de maneira desproporcional.
A importância do trabalho de cuidado e suas implicações
A responsabilidade do cuidado tem recaído sobre as mulheres ao longo da história, especialmente sobre mulheres negras. O trabalho de cuidado, além de ser fundamental para a sociedade, muitas vezes precisa ser equilibrado com a atuação no mercado de trabalho e com o trabalho doméstico, ampliando o processo de sobrecarga sobre as mulheres.
Desigualdades de gênero e o trabalho de cuidado
O governo brasileiro tem buscado formas de diminuir as desigualdades no trabalho de cuidado, sobrecarregando proporcionalmente mais as mulheres. Para isso, tem sido fundamental a atuação em conjunto com a sociedade civil e organizações filantrópicas para criar iniciativas que possam amenizar essa sobrecarga.
A invisibilidade do trabalho de cuidado e suas consequências
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 mostram que as mulheres dedicaram em média 9,6 horas por semana a mais do que os homens nos afazeres domésticos e de cuidado de pessoas. Além disso, pesquisa da ONU Mulheres mostrou que esses impactos são maiores em países em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África, evidenciando a invisibilidade do trabalho de cuidado.
Reconhecimento do trabalho de cuidado e sua representatividade
O tema do enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil foi abordado na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023, evidenciando a importância de reconhecer e valorizar esse trabalho para promover a igualdade de gênero e o equilíbrio social.
Fonte: G1 – Política
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