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Encontro internacional discute desigualdades étnico-raciais na saúde com ministra Nísia Trindade e destaca implementação da Estratégia Plano.
O racismo é um tema de extrema importância e que deve ser discutido em todos os âmbitos da sociedade. Recentemente, o Brasil sediou um evento internacional para o diálogo sobre enfrentamento ao racismo na saúde, com a presença de representantes de 22 países membros da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
A discussão sobre racismo é fundamental para combater a discriminação e o preconceito racial em todas as suas formas. Eventos como esse são essenciais para promover a conscientização e ações efetivas no combate ao racismo étnico. É preciso unir esforços para construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos, sem tolerância para qualquer forma de discriminação.
Racismo e suas ramificações: Encontro Internacional para combater desigualdades étnico-raciais em saúde
O ‘Encontro Regional: Abordando as desigualdades étnico-raciais em saúde’ foi marcado pela presença da ministra Nísia Trindade e por encaminhamentos cruciais que visam impulsionar a implementação da Estratégia e Plano de Ação sobre Etnicidade e Saúde na América Latina. Destacando a urgência de lidar com o racismo, o evento reuniu representantes de diversos países, cada um compartilhando suas ações e progressos em relação a essa temática crucial.
Durante o evento, delegações do Brasil, México, Panamá, Colômbia, Argentina, Equador, Peru, Chile, Venezuela, Canadá, Costa Rica, Guatemala e Nicarágua apresentaram suas iniciativas, avanços e oportunidades relacionadas à Estratégia e Plano de Ação sobre Etnicidade e Saúde 2019-2025. No contexto brasileiro, o diálogo foi conduzido pelas secretarias do Ministério da Saúde, juntamente com seis movimentos sociais selecionados no seminário ‘Saúde Sem Racismo: Dialogando com os Movimentos’.
Realizado em junho, o seminário reuniu mais de 170 representantes de movimentos sociais, acadêmicos e do setor público. Entre as instituições escolhidas para representar a sociedade civil estavam o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), a Construção Nacional do Hip Hop, a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), o Movimento Nacional da População de Rua e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Uma das vozes presentes foi a de Bruna Ravena, representante do Fonatrans, que ressaltou a importância de combater as discriminações enfrentadas por pessoas negras, transgêneras e travestis. Ela enfatizou a centralidade do debate em torno dos corpos trans, travestis, negros e negras, destacando a necessidade de políticas globais para promover a igualdade nas Américas.
Com base nas experiências brasileiras, o Ministério da Saúde propôs à Opas uma série de recomendações, incluindo a formalização de órgãos que promovam a equidade étnico-racial de forma transversal, como a Assessoria de Equidade Étnico-Racial em Saúde. Além disso, foi sugerida a criação de grupos de trabalho na Opas para manter os países envolvidos engajados nessas questões.
O Brasil também apresentou propostas concretas, como a elaboração de estratégias para enfrentar o racismo institucional e a implementação de ações afirmativas em processos seletivos na área da saúde. Destaca-se a iniciativa de reservar cotas para pessoas com deficiência e grupos étnico-raciais, como negros, quilombolas e indígenas, em programas como o Mais Médicos. A promoção de editais para entidades da sociedade civil também foi ressaltada como uma medida importante para avançar nessa luta contra o racismo.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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