Brasil atua como intermediário distante para conter Israel após bombardeio. Lula é ‘persona non grata’ e diplomáticos buscam abertura de diálogo.
Os esforços diplomáticos do Brasil estão em curso para tentar conter a possível retaliação de Israel contra o Irã, após os acontecimentos do fim de semana. No último sábado (13), mais de 300 mísseis e drones foram lançados pelo Irã contra Israel, como resposta a um ataque prévio israelense à embaixada iraniana em Damasco, na Síria, resultando na morte de sete pessoas. Diante desse cenário delicado, a comunidade internacional busca evitar a escalada do conflito entre as nações do Oriente Médio, incluindo o Estado de Israel.
Declaração de ‘persona non grata’
Em fevereiro, Israel declarou Lula ‘persona non grata’ depois que o presidente do Brasil fez comparações entre as ações de Israel na Faixa de Gaza e o extermínio de judeus na Segunda Guerra.
O país do Oriente Médio expôs o embaixador brasileiro e escolheu uma forma distante de mostrar contrariedade em relação a Lula, optando por fazer tudo de maneira pública.
As relações entre Brasil e Israel ficaram estremecidas. Com isso, o Brasil decidiu que não terá protagonismo nesse debate – ou seja, vai ativar seus instrumentos diplomáticos de uma forma mais indireta.
Segundo diplomatas, o Brasil está instando os países que têm abertura de diálogo com Israel para fazer frente a um possível contra-ataque israelense.
Ataque sem precedentes
Israel foi alvo de um ataque sem precedentes do Irã. Mais de 300 artefatos, incluindo drones e mísseis, foram lançados contra o país.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conseguiram interceptar 99% dos artefatos lançados. Entretanto, a mídia iraniana disse que mísseis conseguiram furar a proteção israelense.
No domingo (14), o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para falar sobre o bombardeio.
A ofensiva do Irã é uma retaliação ao ataque israelense contra a embajada iraniana na Síria no início do mês – veja aqui a cronologia do caso.
Rivais de longa data, Israel e Irã travam um duelo sangrento cuja intensidade varia conforme o momento geopolítico. Teerã é contra a existência de Israel, que, por sua vez, acusa o país inimigo de, movido pelo antissemitismo, financiar grupos terroristas. Com a guerra em Gaza, a situação só piorou.
Militares do Irã ameaçaram uma ofensiva ainda maior se Israel contra-atacar. O governo iraniano também disse que pode atingir bases dos Estados Unidos caso Washington apoie uma retaliação israelense.
Fonte: G1 – Política
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