Primeiro-ministro húngaro e Bolsonaro se reuniram em 2019, 2022 e 2023, em Budapeste e Argentina, respectivamente, em meio a polêmicas sobre fake news e pandemia de Covid-19.
Após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal relacionada a uma suposta conspiração para derrubar o governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou duas noites na embaixada da Hungria em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro. A informação foi divulgada pelo jornal ‘The New York Times’ nesta segunda-feira (25).
A defesa de Bolsonaro confirmou que o ex-presidente ficou dois dias hospedado na embaixada, ‘a convite’ (leia mais abaixo).
.
Hungria e a abordagem dos países do Fórum
De acordo com informações obtidas, está sendo investigada uma possível tentativa de golpe de Estado envolvendo líderes da extrema-direita, sobretudo visando ao fortalecimento do Grupo de Visegrád, mais especificamente a Hungria, em uma rede de apoio articulado com a Polícia Federal brasileira. A referida operação da Polícia Federal, em 8 de fevereiro deste ano, apreendeu o passaporte do ex-presidente Bolsonaro, documento que estava em seu escritório na sede do PL, e prendeu dois de seus ex-assessores.
O caso da embaixada da Hungria
Quatro dias após a operação da Polícia Federal, câmeras de segurança da embaixada da Hungria registraram a entrada do ex-presidente no local, localizado na parte Sul de Brasília. Segundo informação divulgada por um jornal norte-americano, Bolsonaro permaneceu na embaixada por dois dias, a partir do dia 12 de fevereiro, acompanhado de membros da equipe diplomática húngara.
: O envolvimento de Viktor Orbán
Segundo os registros, Bolsonaro tem proximidade com Viktor Orbán, o primeiro-ministro da Hungria, que se declara um ‘irmão’ do ex-presidente. Essa aproximação com Orbán e com a embaixada húngara, segundo o ‘The New York Times’, sugere que Bolsonaro estaria tentando se esquivar da justiça brasileira e dos desdobramentos das investigações contra ele, valendo-se da amizade que tem com o ultradireitista Orbán.
Viktor Orbán e seu governo na Hungria
Orbán é um advogado que se elegeu parlamentar pela primeira vez nos anos 1990, pouco após o fim do regime comunista na Hungria, e desde 2010 está no cargo de primeiro-ministro do país. Seu governo é marcado por um discurso contrário aos imigrantes e medidas para controlar o Judiciário, o que gerou controvérsias e críticas da União Europeia.
Conclusões da Polícia Federal
A Polícia Federal tem se dedicado a analisar os registros do circuito interno da embaixada húngara e a investigação sobre os dois dias em que Bolsonaro permaneceu no local, para esclarecer a natureza da estadia e as possíveis relações com o Governo da Hungria. Enquanto isso, a embaixada segue como um ponto relevante de investigação, que se conecta a diversas questões relacionadas à pandemia de Covid-19, à suposta tentativa de golpe, e ao crescimento das redes de fake news propiciadas pela proximidade entre os Governos da Hungria e do Brasil e a ultradireita.
Fonte: G1 – Política
Comentários sobre este artigo