Investigação da PF cumpre mandados em locais ligados a filho Zero Dois de ex-presidente Bolsonaro. Suspeita-se de cúpula familiar envolvida em ilegalidades e milícia digital.
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No cenário político atual, o presidente Bolsonaro tem sido constantemente acompanhado pelos controversos posicionamentos de seu filho, Carlos Bolsonaro, conhecido como Zero Dois. Rumores de uma suposta Abin paralela têm gerado bastante polêmica e discussão entre os eleitores.
Ação da Polícia Federal contra Carlos Bolsonaro
Agentes da Polícia Federal cumpriram nesta segunda-feira (29) mandados de busca e apreensão na residência oficial, na casa de praia em Angra dos Reis e no gabinete da Câmara Municipal do Rio de Janeiro do filho Zero Dois do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Os autos da operação registram que foram apreendidos 11 computadores, 3 notebooks, 4 celulares e uma série de dispositivos de memória eletrônica dos endereços relacionados ao vereador (que exerce seu mandato pelo Republicanos). Desde 2020, o nome de Carlos é relacionado ao que seria uma ‘Abin paralela’. Agora, a investigação da Polícia Federal vai além e sugere que há ligação direta entre possíveis ilegalidades cometidas dentro da Agência Brasileira de Inteligência durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL) e ordens que viriam de dentro da família Bolsonaro. Para explicar o que busca a operação contra Carlos Bolsonaro, as hipóteses da investigação e os potenciais crimes relacionados, Natuza Nery conversa com os jornalistas Andréia Sadi, apresentadora da GloboNews e colunista do g1, e Breno Pires, repórter da revista Piauí. Neste episódio:
Carlos Bolsonaro e a Abin paralela na mira da Polícia Federal
- Sadi afirma que o atual momento, no qual a Polícia Federal avança sobre as possíveis ilegalidades cometidas dentro da agência de inteligência a serviço da Presidência, ‘é o de maior risco para a família Bolsonaro’. E que Carlos ocuparia a posição de ‘grande entusiasta da Abin paralela’: ‘assessores dele obtinham informações que abasteciam e municiavam a família Bolsonaro contra inimigos políticos e investigações judiciais’;
- Sadi e Natuza comentam que a suposta organização criminosa não era paralela à Abin, mas, durante o governo Bolsonaro, ‘integrava a Abin oficial’: ‘Nesse caso, a instituição estava a serviço de um projeto de poder’. E alertam para o fato de que ainda há agentes ‘que abastassem os bolsonaristas e agem em conluio para proteger os investigados’;
- A jornalista informa que existe uma ‘guerra de bastidores’ entre Abin e Polícia Federal – e que a atual cúpula da agência de inteligência está por um fio. ‘O Lula mandou fazer uma limpa, e o que foi feito nesse meio tempo? Fica uma gestão muito desgastada desse jeito’, conclui;
- Breno explica a hipótese da Polícia Federal e da PGR de que ‘a tal da Abin paralela era uma das fontes de informações que alimentava o gabinete do ódio’ – supostamente uma milícia digital chefiada pelo filho Zero Dois de dentro do Palácio do Planalto durante o governo de Bolsonaro;
- Ele descreve também como se organizava ‘o ecossistema da desinformação’ e a função de Carlos Bolsonaro de ‘dar coesão e união a um conjunto de fake news‘.
Fonte: G1 – Política
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