O índice Dow Jones caiu 1,51%; o S&P 500 recuou 2,12%; e o Nasdaq tombou 3,26%, refletindo aumento do risco e queda da demanda.
Os principais índices das bolsas de Nova York encerraram o dia em uma acentuada queda nesta terça-feira (3), marcando o primeiro pregão do mês após o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos. Essa queda foi impulsionada por dados de atividade industrial que vieram abaixo das previsões, aumentando os receios de uma possível recessão econômica no país.
Além disso, a queda nos índices reflete uma tendência de redução na confiança do mercado, o que pode levar a um declínio ainda maior nas próximas semanas. A situação exige atenção redobrada dos investidores.
Queda do Índice Dow Jones
Por volta de 16h34, o índice Dow Jones apresentava uma queda de 1,44%; o S&P 500 registrava um recuo de 2,06%, enquanto o Nasdaq enfrentava uma queda de 3,22%. As ações de tecnologia, especialmente aquelas relacionadas ao setor de chips e à inteligência artificial, foram os principais responsáveis pela pressão negativa sobre o mercado, após o banco UBS divulgar que as vendas totais de semicondutores sofreram uma queda de 11% em julho em comparação ao mês anterior. As ações da Nvidia despencaram 9,54%, enquanto as da Intel tiveram uma queda de 8,76%. Por sua vez, a AMD, concorrente da Nvidia, viu suas ações caírem 7,79%, e as da Applied Materials desvalorizaram 7,05%. A fabricante de chips Taiwan Semiconductor também registrou uma queda de 6,53%, enquanto as ações da Broadcom afundaram 6,16%.
Declínio no PMI Industrial
O índice de gerentes de compras (PMI) industrial da S&P Global apresentou uma diminuição, caindo de 49,6 em julho para 47,9 em agosto. Este é o segundo mês consecutivo em que o índice permanece abaixo dos 50 pontos, o que indica uma contração da atividade industrial. O Índice Industrial do ISM, por sua vez, subiu para 47,2 pontos em agosto, embora se esperasse um aumento para 47,9 pontos. Ambos os índices sinalizam que o setor industrial enfrenta dificuldades para retomar o crescimento no país. De acordo com Enzo Pacheco, analista internacional da Empiricus, os dados divulgados hoje não contribuem para a narrativa de que a economia americana está saudável, resultando em um movimento de aversão ao risco nas bolsas de valores dos EUA. ‘Parece que os investidores estão optando por permanecer à margem do mercado até o relatório de emprego que será divulgado na sexta-feira.’
Aumento do Risco e Queda da Demanda
Na sexta-feira (6), será publicado o relatório oficial de empregos, conhecido como Jolts, que pode fornecer indicações sobre os próximos passos do banco central americano em relação às taxas de juros. A queda dos índices de ações também foi acentuada pelo índice de energia do S&P 500, que sofreu perdas superiores a 5% nos preços do petróleo, devido a preocupações com uma possível queda da demanda nos EUA e na China. Há um mês, os mercados estavam agitados com o aumento do risco de recessão nos Estados Unidos, mas esse temor havia diminuído nas semanas seguintes. Contudo, com os dados recentes da indústria americana, o espectro da recessão volta a assombrar os investidores. O índice que mede a volatilidade do mercado, conhecido como VIX ou índice do medo, disparou mais de 16%.
Expectativas sobre o Fed e Queda das Taxas
Neste cenário, cresce a expectativa sobre a possibilidade de o Fed realizar um corte mais agressivo de 0,50 ponto percentual na reunião que decidirá o futuro das taxas de juros no dia 18 de setembro. Hoje, uma ex-dirigente do Fed, reconhecida por suas opiniões conservadoras dentro do comitê, indicou que há chances de um corte mais significativo das taxas, o que despertou a atenção do mercado. No entanto, a maioria dos participantes do mercado (63%) ainda acredita que haverá um corte menor nas taxas. A queda dos índices e a redução nas expectativas de crescimento econômico continuam a impactar o sentimento dos investidores.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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