Ações da Tesla lideram o destaque positivo após dados sobre inflação que mostram a preocupação de analistas sobre novos cortes de juros pelo Federal Reserve em 2025, enquanto índice da bolsa Nasdaq concentra a atenção de investidores com decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto.
Em meio a uma economia que ainda luta para controlar a inflação, os investidores brasileiros que optam por investir em ações estrangeiras precisam estar atentos aos movimentos das bolsas. Os principais índices de ações das bolsas de Nova York encerraram a semana em queda de até 1,82%, provocada pelo aumento da corrida por segurança em espécie e pela queda dos preços das commodities. Esse cenário acendeu uma luz amarela para os investidores, que começaram a desesperar com a possibilidade de os bancos centrais continuarem a alavancar os juros para controlar a inflação.
A incerteza no mercado financeiro americano não deixa ninguém indiferente, especialmente os que apostam em ações estrangeiras. O cenário dos próximos cortes de juros do Federal Reserve, que deve ocorrer em 2025, permanece na área de formulação, e os analistas estão muito pessimistas em relação às perspectivas de novas taxas de juros. A queda dos preços das commodities, que é um dos principais vetores de inflação, também não ajuda. Em meio a esse cenário, o investidor precisa estar muito atento para não se tornar vítima da alta inflação e dos juros elevados.
Inflação: um desafio persistente no cenário econômico
A exceção foi o índice que reúne empresas de tecnologia, o da bolsa Nasdaq, que encerrou a semana com leve alta de 0,34%. As empresas de tecnologia continuam a desfrutar de um momento de destaque, apesar dos desafios impostos pela inflação. Entre as grandes empresas de tecnologia, a semana foi mista, analista Paulo Gitz, estrategista global da XP, afirma. Uma vez mais, a Tesla foi o grande destaque positivo, com alta de 12,1%, ainda sob perspectivas positivas durante o governo Trump. A ação continua puxando o setor de consumo discricionário, que continuou sendo o melhor desempenho da semana entre os setores do S&P 500. A inflação persistente não pode abalar a confiança dos investidores.
A Alphabet (GOOGL) também teve uma boa semana ao subir 8,7%, marcada pelo anúncio do chip Willow, que promete ser um marco no desenvolvimento da computação quântica. O setor de tecnologia continua em alta, desafiando as pressões da inflação. Na ponta negativa ficou a Nvidia, que registrou queda de 5,8% por risco de restrições de importação de chips para os EUA. Juros, um fator crucial na inflação, estão em cheque.
Na última sessão da semana, os índices terminaram perto da estabilidade, em dia sem direcionadores macroeconômicos, pressionados por uma leve alta das taxas dos títulos do Tesouro americano, as Treasuries. O Banco Central Europeu (BCE) cortou os juros ontem, provavelmente influenciando essa decisão. Depois da alta maior do que a esperada do índice de preços ao produtor no país, o PPI, a taxa das Treasuries de 10 anos subiu 0,25 ponto percentual. A inflação alta afeta diretamente os juros.
Ao final dos negócios o índice que concentra ações industriais, o Dow Jones, caía 0,20%, para 43.828 pontos, enquanto o indicador das 500 maiores empresas americanas, o S&P 500, estava estável, aos 6.051 pontos. O investimento em ações de empresas de tecnologia continua uma opção atraente, apesar de desafios econômicos. Por fim, o índice da bolsa Nasdaq subia 0,11%, para 19.924 pontos. As empresas de tecnologia lideram o mercado, com altas significativas.
Analistas do banco Inter apontam que investidores se preparam para a decisão do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) na semana que vem, após o BCE ter cortado os juros ontem. O processo de tomada de decisão dos bancos centrais está em destaque, como forma de lidar com a inflação.
Entre os destaques positivos do pregão ficam as ações da Tesla (TSLA; Nasdaq), que avançaram 4,34%. A maior fabricante de chips do mundo, a TSMC (TSM; Nasdaq), avançou 5%, na esteira da disparada de 24% dos papéis da Broadcom (AVGO; Nasdaq), empresa de chips que destacou a robusta demanda por processadores ligados à inteligência artificial. O mercado de tecnologia continua em ascensão.
Na ponta negativa, ficaram os papéis da Nvidia (NVDA; Nasdaq), que caíram 2,25%. A Broadcom apresentou excelente performance depois de reportar seus resultados, fazendo parte agora do grupo de empresas com mais de US$ 1 trilhão de valor de mercado, avalia Gitz, da XP. A inflação não é o único desafio, a demanda por recursos naturais e tecnologia também é um fator a ser considerado.
Após os dados de inflação divulgados nesta semana, os analistas do Bank of America (BofA) esperam que o banco central americano (Federal Reserve, o Fed) reduza as taxas de juros em 0,25 ponto percentual em dezembro, e os gráficos de pontos, que serão divulgados na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) da semana que vem, devem indicar três cortes em 2025. O processo de diminuição da inflação no país pode estar desacelerando. Como resultado, esperam inflação ainda acima da meta para o ano que vem.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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