Depoimento de Freire Gomes complica Bolsonaro, Anderson Torres e Pazuello. Militares avaliam impacto na Comissão de Regularidade Eleitoral e possíveis minutas do golpe.
Após o depoimento do ex-comandante do Exército Freire Gomes, os militares concluíram que Jair Bolsonaro pode estar ainda mais complicado do que se pensava inicialmente. Freire Gomes relatou que o ex-presidente apresentou aos comandantes das Forças Armadas duas versões de propostas na linha de fazer uma ruptura institucional, com a criação inclusive de uma Comissão de Regularidade Eleitoral para contestar o resultado das eleições, o que levanta preocupações ainda maiores sobre o papel de Bolsonaro nesse planejamento.
Esse depoimento também trouxe à tona revelações sobre Anderson Torres, que, segundo o relato do general, era responsável por dar suporte jurídico a Bolsonaro nas discussões das minutas do golpe. Além disso, Freire Gomes reconheceu que uma das minutas apresentadas por Bolsonaro era a mesma encontrada na casa de Anderson Torres, o que agrava ainda mais a situação do ex-ministro da Justiça.
Depoimento do ex-comandante do Exército amplia revelações
Em sua declaração, o general afirmou que Anderson Torres teria mentido ao alegar que a minuta do golpe encontrada em sua casa havia sido entregue por um desconhecido. Ao contrário, o general declarou que o presidente Bolsonaro foi quem apresentou o documento a ele, e que estava prestes a descartá-lo na lata de lixo por ser inútil. Ou seja, o depoimento do ex-comandante do Exército revelou novos detalhes sobre o episódio.
Comissão de Regularidade Eleitoral investiga o depoimento
A declaração do general também aponta o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, empenhado em convencer os comandantes a aderirem ao golpe. Além disso, o depoimento revelou que o general Eduardo Pazuello, anteriormente não vinculado a tal prática, deu sugestões sobre como implementar uma intervenção militar. Estas revelações têm importante influência na investigação conduzida pela Comissão de Regularidade Eleitoral.
Fonte: G1 – Política
Comentários sobre este artigo