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Estudo sugere novo método para diagnosticar TEA através do sequenciamento metagenômico de microbiota, porém são necessárias mais pesquisas.
Um estudo recente publicado na Nature Microbiology, na segunda-feira (8), sugere que componentes bacterianos e não bacterianos encontrados no microbioma intestinal podem ter ligação com o transtorno do espectro autista (TEA) em crianças. A pesquisa levanta questões importantes sobre a influência do microbioma intestinal no desenvolvimento do autismo, trazendo novas perspectivas para a compreensão desse distúrbio.
Essa descoberta ressalta a importância de investigar a relação entre o microbioma intestinal e o autismo em crianças. Compreender como os componentes presentes no intestino podem afetar o TEA é fundamental para avançar no conhecimento sobre esse transtorno complexo. Estudos futuros nessa área podem fornecer insights valiosos para o tratamento e manejo de crianças com autismo, promovendo uma abordagem mais abrangente e eficaz para a saúde desses indivíduos.
Estudo Revela Nova Perspectiva sobre o Autismo e o Microbioma Intestinal
A pesquisa recente sugere que um conjunto diversificado de componentes pode desempenhar um papel crucial na melhoria do diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA). O microbioma intestinal, composto pelos genes da população microbiana que incluem fungos, bactérias, protozoários e vírus, desempenha um papel vital no intestino humano. Esta população microbiana, conhecida como microbiota intestinal, não só auxilia na digestão de alimentos, mas também na síntese de vitaminas essenciais e na produção de neurotransmissores como a serotonina (conhecida como o hormônio do bem-estar) e a dopamina (o hormônio do prazer).
A conexão entre o microbioma intestinal e o autismo tem sido objeto de estudos anteriores, porém, a maioria não se concentrou nas mudanças na composição das bactérias intestinais em indivíduos com o transtorno em comparação com aqueles sem autismo. A incerteza persistia em relação a outros membros do microbioma intestinal, como as arqueias, fungos e vírus, além dos genes, e se eles sofriam alterações em pessoas com autismo.
Para abordar essa lacuna, os pesquisadores realizaram o sequenciamento metagenômico em amostras fecais de 1.627 crianças, tanto do sexo masculino quanto feminino, com e sem TEA, com idades entre 1 e 13 anos, na China. Eles examinaram essas amostras levando em consideração dados sobre hábitos alimentares, medicação e condições médicas concomitantes.
Após ajustar para fatores que poderiam influenciar os resultados, os autores identificaram 14 arqueias, 15 bactérias, sete fungos, 18 vírus, 27 genes microbianos e 12 vias metabólicas que apresentaram alterações em crianças com TEA. Utilizando técnicas de aprendizado de máquina, os cientistas desenvolveram um modelo baseado em um painel de 31 microrganismos que conseguiu identificar com uma precisão de 82% crianças com TEA.
Esses 31 marcadores potenciais podem ter implicações significativas no diagnóstico clínico do autismo, simplificando a identificação da doença. Atualmente, o autismo é diagnosticado com base em observações do comportamento da criança e em aspectos do neurodesenvolvimento, como dificuldades de aprendizado, problemas de linguagem, agitação inexplicável e comportamentos repetitivos.
Embora as descobertas do estudo abram novas perspectivas sobre a relação entre o microbioma intestinal e o autismo, é importante ressaltar que há limitações a serem consideradas. Os dados atuais não permitem concluir se as diferenças no microbioma intestinal são causas do autismo ou consequências de fatores ambientais, como a dieta, relacionados às crianças no espectro autista. Além disso, é fundamental que a pesquisa seja replicada por outros grupos e em diferentes populações para validar os resultados obtidos.
Essas descobertas oferecem uma visão inovadora sobre o papel do microbioma intestinal no autismo, abrindo caminho para futuras pesquisas e potencialmente revolucionando a forma como o transtorno é compreendido e diagnosticado.
Fonte: © CNN Brasil
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