Falhas de planejamento e gestão de riscos podem provocar atrasos ou sobrecustos em obras públicas e projetos de infraestrutura social, afetando os custos de produção.
A infraestrutura é um dos principais desafios enfrentados pelos governos em todo o mundo. Frequentemente, os prazos finais e os custos de uma construção ou reforma de infraestrutura são apenas estimativas otimistas. Imprevistos, falhas de planejamento, práticas ruins de governança e uma longa lista de obstáculos podem provocar atraso ou aumentar muito o custo de obras.
Um estudo realizado pela Boston Consulting Group (BCG) mostra que essa máxima é constante em projetos desenvolvidos pelo poder público. A falta de planejamento e a ineficiência na gestão de projetos de infraestrutura podem levar a atrasos e aumento de custos, afetando negativamente a economia e a sociedade como um todo. A gestão eficaz de projetos é fundamental para garantir o sucesso de qualquer empreendimento. Além disso, a transparência e a responsabilidade são essenciais para evitar práticas ruins de governança e garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficiente.
Infraestrutura: Desafios Globais em Projetos de Grande Escala
Um relatório elaborado pela consultoria BCG, com base na avaliação de 379 grandes empreendimentos em 14 países, incluindo o Brasil, revela que projetos de infraestrutura social apresentam uma média de atraso de 31% e um sobrecusto de 41%. Isso significa que, em todo o mundo, a construção de pelo menos 3 a cada 10 hospitais, prisões, escolas ou outros edifícios públicos excedem o prazo previsto. Além disso, projetos de transporte enfrentam, em média, um atraso de 35% e um sobrecusto de 59%.
Segundo Thiago Cardoso, diretor e sócio do BCG, ‘esses custos, de uma forma ou de outra, acabam prejudicando a população’. Portanto, é fundamental que os governos façam uma avaliação mais precisa dos cenários antes de iniciar um projeto de infraestrutura.
Projetos de Infraestrutura: Desafios e Soluções
A consultoria elaborou o estudo ‘Benchmarking de Grandes Projetos de Infraestrutura Internacionais’ para examinar o cumprimento de custos e cronogramas, refletindo a experiência de governos e empresas privadas globalmente na execução dessas obras em larga escala. Segundo Cardoso, uma das conclusões é que o cenário é semelhante entre os vários países analisados.
O relatório avaliou projetos de transporte rodoviário e ferroviário que custaram mais de 500 milhões de dólares, além de infraestrutura que custaram mais de 250 milhões de dólares em 14 países, incluindo o Brasil. ‘A partir da mostra de 14 países, observamos que não existem diferenças significativas de um lugar para outro em relação à proporção de atrasos e sobrecustos’, aponta o executivo.
Gestão de Riscos e Complexidade dos Projetos
A complexidade dos projetos é um dos principais fatores que contribuem para os atrasos e sobrecustos. O estudo mostra que projetos de transporte que envolvem a construção de túneis apresentaram maiores atrasos e sobrecustos que a média. Além disso, projetos com valores acima de 5 bilhões de dólares tiveram um custo além do previsto inicialmente em 77% dos casos.
De acordo com o relatório da BCG, existem seis justificativas principais para os atrasos e gastos excedentes: dificuldade de desenvolver estimativas precisas de custos nos estágios iniciais dos projetos, gestão de mudanças, sistemas de governança e gestão da execução insuficientes, incertezas e ajustes do projeto e escopo, custos decorrentes de atrasos e gestão de riscos inadequada.
Infraestrutura Social e Obras Públicas
A infraestrutura social é um dos setores mais afetados pelos atrasos e sobrecustos. A construção de hospitais, escolas e outros edifícios públicos é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade, mas os atrasos e sobrecustos podem prejudicar a população. Além disso, a gestão de riscos e a complexidade dos projetos são fundamentais para evitar os atrasos e sobrecustos.
A consultoria BCG destaca a importância de uma gestão eficaz e uma avaliação precisa dos cenários antes de iniciar um projeto de infraestrutura. Além disso, a gestão de riscos e a complexidade dos projetos devem ser consideradas para evitar os atrasos e sobrecustos.
Fonte: © Estadão Imóveis
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