Com US$ 1,4 bi em pequenas empresas, gestora vê valuation atrativo pós rali do S&P 500, apesar de resultado ruim.
As sete magnânimas, fazendo referência à Amazon, Alphabet, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla, cativaram o interesse dos investidores. Com uma expressiva valorização recente, essas empresas têm impulsionado os ganhos do S&P500, o índice principal da Nyse que engloba as principais companhias americanas. Contudo, segundo a gestora americana Portolan Capital Management, os ‘dias de glória’ dessas empresas podem estar se aproximando do fim.
Para as empresas menores e caps pequenas que buscam destaque no mercado, a visão da Portolan sobre o cenário das gigantes tech pode trazer reflexões interessantes. A capacidade de adaptação e inovação das small caps pode se mostrar como um diferencial valioso em um ambiente competitivo e em constante transformação. O olhar atento da Portolan pode indicar novas oportunidades para as empresas menores navegarem em meio às mudanças do mercado de investimentos.
Portolan: Uma Análise do Mercado de Small e Middle Caps
A empresa especializada em companhias de menor capitalização, também conhecidas como small e middle caps, foi fundada em 2004 e atualmente possui cerca de US$ 1,4 bilhão sob gestão. A recente observação da Portolan não se restringe apenas às correções de alguns papéis nos últimos pregões. Exemplos notáveis incluem a Nvidia, que perdeu o equivalente a três Petrobras em um único dia, o que reflete a volatilidade do mercado.
Segundo George McCabe, fundador e CIO da Portolan, as pessoas têm se concentrado excessivamente na inteligência artificial e nas capacidades tecnológicas dessas empresas. No entanto, a relação preço/lucro dessas companhias tem se esticado, colocando pressão sobre elas para continuarem entregando resultados crescentes ou enfrentarem correções significativas.
McCabe ressalta que os investidores têm direcionado amplamente seus portfólios nos últimos anos, o que evidencia a necessidade de diversificação. As ações de menor capitalização foram negligenciadas, impactadas negativamente pelos maus resultados recentes e pela influência do aumento da taxa de juros.
Enquanto o índice S&P500 acumulou um aumento de 90% em cinco anos, o Russell 2000, que abrange as duas mil ações de menor capitalização nos EUA, registrou um aumento de apenas 44%. Esse retorno inferior levou as small caps a enfrentarem uma ‘crise localizada’, uma vez que o mercado priorizava empresas de crescimento em detrimento das empresas de valor.
Com as mudanças nas perspectivas macroeconômicas, incluindo a possível redução nas taxas de juros, as ações de valor foram subavaliadas. Empresas que, por anos, mostraram resultados negativos têm apresentado cenários financeiros mais favoráveis, o que reforça a visão de McCabe sobre a importância da seleção criteriosa de empresas desvalorizadas.
A Portolan mantém seu foco em setores como saúde, tecnologia e consumo, concentrando-se principalmente nos EUA. No entanto, a gestora está atenta a potenciais oportunidades em outras regiões que estejam alinhadas com suas teses de investimento.
No cenário atual, a gestora reduziu sua exposição à tecnologia devido aos altos valores de mercado e está direcionando seus investimentos para empresas resilientes que não estejam diretamente ligadas ao desempenho do PIB. Setores como saúde têm se destacado, exemplificado pela empresa Lantheus Holdings, especializada em medicina de imagem, que teve um aumento significativo de aproximadamente 72% no valor de suas ações este ano.
Outro destaque é a The Honest Company, no setor de consumo, fundada pela atriz Jessica Alba e reconhecida por seus produtos naturais para bebês. A empresa registrou um crescimento impressionante de 185% em um ano, destacando-se como uma escolha promissora para investidores que buscam empresas resilientes e com potencial de crescimento a longo prazo.
Fonte: @ NEO FEED
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