Ataques do grupo Houthi no Mar Vermelho podem impactar o comércio global via Canal de Suez e Ásia-Europa, afetando as cadeias de suprimentos.
Devido aos recentes ataques terroristas do grupo Houthi, algumas empresas globais estão optando por alterar as rotas de seus navios. Essas mudanças têm o potencial de impactar significativamente o comércio marítimo global.
A gigante dinamarquesa de transporte marítimo, Maersk, anunciou que seus navios seguirão a rota do Cabo da Boa Esperança, ao sul da África, em resposta aos ataques dos Houthi. Essa decisão da Maersk é um reflexo das preocupações crescentes com a segurança no transporte marítimo, navegção marítima e comércio internacional.
Proteção do Comércio Marítimo Global
Os líderes Houthi dizem que estão perseguindo Israel e todos os navios com destino a Israel, como resultado da guerra na Faixa de Gaza.
Em meio à turbulência no Mar Vermelho, o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, anunciou na última segunda-feira, 18, a formação de uma força-tarefa internacional, incluindo o Reino Unido, o Bahrein, o Canadá, a França, a Itália, a Holanda, a Noruega, a Seychelles e a Espanha, para ‘abordar conjuntamente desafios de segurança’ na região.
A.P. Moller – Maersk announced that it would pause all vessels bound for the Red Sea / Gulf of Aden over the highly escalated security situation in the area. This decision was taken to ensure the safety of our crew, vessels and customers’ cargo onboard. https://t.co/oVioa4SPCo
‘Os ataques que vimos em embarcações comerciais na área são alarmantes e representam uma ameaça significativa à segurança e à segurança dos marítimos’, disse a Maersk, em um comunicado fornecido à CNBC. Pelo menos dois navios foram alvo de projéteis na última segunda-feira, 18, de acordo com relatórios oficiais.
No entanto, a interrupção do comércio marítimo global é preocupante e provocará pressões nas cadeias de suprimentos globais, impactando as taxas de frete. Isso porque o tempo adicional para os navios chegarem ao destino tira a capacidade do mercado. Decisões sobre futuras viagens serão feitas caso a caso, disse a Maersk, e podem incluir desvios ou ‘medidas de contingência adicionais’.
Ampliação dos Efforts na Região
Até a última segunda-feira, 18, a Maersk disse ter cerca de 20 navios parados em rota, metade a leste do Golfo de Aden. O restante está localizado ao sul do Canal de Suez no Mar Vermelho ou ao norte dele no Mar Mediterrâneo. Além disso, outras empresas, incluindo a grande petrolífera BP, até agora confirmaram apenas que a viagem pelo Mar Vermelho está em pausa. Em meio à turbulência no Mar Vermelho, o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, anunciou na última segunda-feira, 18, a formação de uma força-tarefa internacional, incluindo o Reino Unido, o Bahrein, o Canadá, a França, a Itália, a Holanda, a Noruega, a Seychelles e a Espanha, para ‘abordar conjuntamente desafios de segurança’ na região.
Os EUA já forneceram apoio na região, abatendo dezenas de drones Houthi que visavam a atacar navios comerciais. A empresa alemã Hapag-Lloyd anunciou, na última segunda-feira, 18, que seus navios tomarão a rota mais longa, do Cabo da Boa Esperança. Existe uma dificuldade em determinar quando um retorno na rota seria possível para seus navios, mesmo em meio aos esforços do grupo Houthi.
A.Moller – Maersk, citou um risco de segurança ‘inaceitável’, depois de um ataque ao seu navio, o Al Jasrah, no Mar Vermelho. Atualmente, cerca de 30% do comércio global de contêineres passa pelo Canal de Suez. Esse fato evidencia a gravidade da interrupção global por conta do motivo da segurança. Os terminais de carga, que normalmente têm asfalto congestionado e contêineres cheios a perder de vista, agora estavam vazios, paralisados com a interrupção do comércio marítimo global.
Impactos na Indústria Marítima
Analistas do mercado dizem que as cadeias de suprimentos globais sofrerão pressões e aumentarão as taxas de frete, devido à diminuição da capacidade de efetiva de uma viagem Ásia-Europa devido aos desvios que os navios precisarão realizar. Isso preocupará a indústria de transporte marítimo, que está atualmente em um estado de excesso de oferta, depois da escassez da pandemia. Além disso, a rota do Cabo da Boa Esperança reduz a capacidade efetiva de uma viagem Ásia-Europa em 25%, segundo analistas do banco suíço UBS. Os líderes Houthi dizem que estão perseguindo Israel e todos os navios com destino a Israel, como resultado da guerra na Faixa de Gaza. A formação de diversas forças-tarefa, representando a marinha de diferentes países, se mostra um esforço estratégico para enfrentar os desafios de segurança globais na região, enquanto os drones Houthi continuam a criar turbulência e ameaças ao comércio marímo global.
O Secretário de Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, disse nesta terça-feira, 19, que o HMS Diamond da Marinha Real, um contratorpedeiro de mísseis guiados de defesa aérea, se juntaria à força-tarefa. O Ministério da Defesa italiano, enquanto isso, disse que a marinha italiana enviaria uma de suas fragatas para ajudar a proteger a rota, segundo a Reuters. Nesse cenário, o apoio internacional se mostra necessário para garantir a segurança marítima e o equilíbrio do comércio global.
Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
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