Presidente da Câmara dos Deputados afirma ao blog que vetar escolhas de partidos para comissões seria antidemocrático e não censura nenhum deputado.
Arthur Lira (PP-AL) foi alvo de críticas nesta semana por não ter interferido diretamente nos nomes escolhidos pelos partidos para liderarem comissões importantes da Câmara dos Deputados.
Em entrevista ao blog, o presidente da Câmara, Lira, defende que o assunto está sendo ‘superdimensionado’. Ele ressalta que desde o ano passado foi estabelecido um acordo entre os partidos da Casa para um rodízio nas principais comissões. ‘A única questão a ser definida era o ano em que cada partido ocuparia a presidência da comissão’.
‘Arthur Lira defende autonomia na escolha dos líderes de comissões’
‘Nenhum presidente da Câmara tem direito ou atribuição de interferir na escolha dos líderes para as comissões. Eu não posso, assim como o Pacheco [presidente do Senado] não pode. Assim como não puderem [Michel] Temer ou Aécio [Neves] e outros presidentes da Câmara’, enfatizou Lira.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, reforça que utilizar o cargo para vetar a escolha assegurada pelo regimento aos líderes de cada partido seria abusivo. ‘Isso seria antidemocrático — e, além do mais, eu não faço censura a nenhum deputado.’
Ele argumenta que não haverá alterações no andamento de projetos na Casa, pois o plenário não será ‘sequestrado pelas comissões’.
‘Câmaras temáticas não sequestram o Parlamento’, diz Arthur Lira
‘Não há celeuma. Nem eu sou dono do plenário, nem presidente de comissão é dono da pauta de comissão. Toda comissão temática é importante. Mas elas não sequestram o Parlamento. Assim como o Parlamento não sequestra o governo.’
O presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou publicamente o não envolvimento de Lira no veto a alguns indicados pelo PL, considerados radicais, como Nikolas Ferreira (PL-MG), escolhido para comandar a Comissão de Educação da Casa. O deputado mineiro jamais apresentou no Parlamento projeto relacionado à área.
‘No ano de minha eleição para a presidência da Câmara foi feito um acordo para o rodízio de partidos nas principais comissões. Eu honro todos os acordos que faço. E tenho um compromisso com a estabilidade.’
Lira ainda deu um recado sobre a mistura dos debates entre ocupantes de comissões e sua sucessão. Ele tem mandato de presidente da Casa até o início do ano que vem. ‘Querer apressar a disputa da Câmara como a do Senado é querer enfraquecer o Parlamento. É uma estratégia.’
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Fonte: G1 – Política
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