Condomínios populares em Perus inspiram-se na mitologia tupi-guarani. Obras gráfites gigantes ressignificam o espaço urbano.
Na periferia paulistana, a arte de rua liberta espalhando alegria em faces inteiras. Em exibições que destroem preconceitos, como a já famosa Tupã: Manifestação do Feminino Divino, Tainha desenha uma nova ordem para o centro da cidade. Arte que busca ressignificar o espaço urbano.
Com duas partes, a arte de rua de Osù, intitulada La Ursa pelo Direito à Cidade, explora o tema da arquitetura popular, confrontando o nosso olhar com a arte rupestre. Uma arte urbana que, como o mural pintado pelo artista, questiona o papel do homem no ambiente natural. Em meio a essa reflexão, Osù desenha um mundo onde a cidade e a natureza se encontram, mostrando a beleza da diversidade da arte de rua. No Jardim Ermelino Matarazzo, zona leste de SP, a obra La Ursa pelo Direito à Cidade, é mais do que uma simples pintura mural, é uma mensagem de resistência. Artistas vêm a SP para agradecer com arte de rua o suporte durante a pandemia. Numa cidade cada vez mais globalizada, a arte de rua encontra seu lugar.
Transformando o espaço urbano com arte de rua
A arquitetura popular de São Paulo ganhou um novo toque com a presença de grandes murais grafitados em condomínios populares. Tainha e Osù, dois artistas renomados, deixaram suas marcas em Perus e Jardim Matarazzo, ressignificando o espaço urbano e honrando a cultura popular. Os grafites, inspirados na arte rupestre e arte urbana, são uma manifestação do poder da arte de rua.
Uma conexão com a cultura popular
A arte de rua é mais do que apenas uma forma de expressão; ela é uma forma de conectar com a cultura popular e ressignificar o espaço urbano. Tainha, produtora cultural e artista grafitista, registrou sua empena na rua Alagoa Nova, 98, Perus, zona noroeste de São Paulo. Sua obra, ‘Tupã: Manifestação do Feminino Divino’, inspirada na mitologia indígena, homenageia as mães solteiras e sua capacidade de resistência e cuidado. ‘Quando pintei meu primeiro mural e ouvi de um amigo que ele reconheceu um parente no rosto que fiz, percebi o poder dessa conexão,’ diz Tainha.
A arte urbana em ação
Em Jardim Matarazzo, zona leste de São Paulo, Osù, artista pernambucano, deixou sua marca com a obra ‘La Ursa’. Com 375 metros quadrados, o grafite é uma manifestação carnavalesca típica de Pernambuco, símbolo do poder cultural do povo nordestino. ‘É a vontade de estar na rua, de movimentar a cidade, de transformar o dia das pessoas e de levar alegria de alguma forma,’ compara Osù. ‘O grafite está ali, nas ruas, disponível para todos, assim como a La Ursa, que também cumpre esse papel’.
O Museu de Arte de Rua (MAR)
As obras de Tainha e Osù compõem o Museu de Arte de Rua (MAR), um espaço que busca preservar e promover a arte de rua em São Paulo. Com temas variados, desde a espiritualidade ligada à Jurema e ao candomblé até vivências cotidianas de pessoas periféricas, o MAR é um local onde a arte de rua pode ser apreciada e celebrada.
A arte de rua em ação
A arte de rua é uma forma de expressão que pode ser encontrada em todas as partes da cidade. Com artistas como Tainha e Osù, a arte de rua está em constante evolução, ressignificando o espaço urbano e honrando a cultura popular. A arte de rua é mais do que apenas uma forma de arte; é uma forma de conectar com a cidade e com as pessoas que a habitam.
Fonte: @ Terra
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