Levantamento mostra desempenho negativo do governo em alcançar população. Preço dos alimentos gera sinal vermelho em meio a avaliação positiva da economia.
Segundo uma pesquisa divulgada hoje, a avaliação positiva do governo Lula sofreu uma queda entre os eleitores que residem na região Nordeste, entre os menos instruídos e entre os católicos. No entanto, o dado que mais chama atenção é a diminuição da aprovação entre os que votaram no presidente em 2022.
O levantamento, realizado entre os dias 1º e 5 de março, com 2 mil pessoas, aponta que a avaliação positiva de Luiz Inácio Lula da Silva entre os eleitores que o elegeram caiu oito pontos, de 69% para 61%. No Nordeste, a queda foi de 52% para 43% e entre os que ganham até um salário mínimo a queda foi maior: de 51% para 39%.
Levantamento aponta mudanças na intenção de voto em Lula
- Quem declara ter votado em Lula em 2022: teve uma queda de 69% para 61%;
- Moradores do Nordeste: diminuíram de 52% para 43%;
- Quem tem renda familiar mensal de até 1 salário mínimo: reduziram de 51% para 39%;
- Autodeclarados pretos e pardos: caíram de 43% para 35%;
- Mulheres: diminuíram de 40% para 33%;
- Aqueles que têm ensino médio: de 33% para 26%.
Avaliação positiva do governo Lula
Os dados revelam que a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva não está alcançando significativamente essas camadas da população. Esse cenário se torna ainda mais preocupante em um momento em que a economia tem apresentado indicadores favoráveis, tais como o crescimento do PIB, divulgado no início de março. Apesar do impacto da inflação dos alimentos, a pesquisa destaca que os benefícios desse momento positivo, como o aumento do emprego, não estão alcançando esse segmento da sociedade.
Resultados da avaliação da gestão Lula
- Quem declara ter votado no presidente em 2022 (61%);
- os menos instruídos (44%);
- moradores da região Nordeste (43%);
- católicos (39%).
Avaliação negativa da gestão Lula
- Quem declara ter votado em Jair Bolsonaro na eleição de 2022 (63%);
- quem tem renda mensal familiar superior a 5 salários mínimos (45%);
- quem vive na região Sul (42%);
- evangélicos (41%).
Outro fator que pode ter contribuído para a diminuição da aprovação daqueles que ganham até um salário mínimo é a falta de alcance de uma série de políticas públicas de assistência social destinadas ao público do Bolsa Família. Esse resultado da Ipec sinaliza um alerta para o governo em ano de eleição, onde as grandes cidades são consideradas as principais apostas do PT.
Pode haver uma percepção de que Lula também está mais preocupado com questões de política externa do que com o preço dos alimentos. Durante os governos anteriores do petista, ele demonstrava mais sensibilidade em relação aos problemas enfrentados por quem recebe um salário mínimo, algo que não parece estar sendo priorizado no governo Lula.
Desafios do governo Lula
Lula enfrenta o desafio de se comunicar de forma mais eficaz com seu eleitorado, retomando a conexão com a linguagem e as preocupações daqueles que contribuíram para sua eleição. Agora, à medida que a corrida eleitoral se aproxima, as ações do governo Lula estarão sob maior escrutínio, especialmente em relação às políticas públicas, ao desempenho econômico e ao alcance das camadas mais vulneráveis da população.
Fonte: G1 – Política
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