Combinação de imunoterapia e quimioterapia reduz risco de progressão/morte em 58% de casos avançados de câncer uterino endometrial deficiênte de DNA-reparo. Novos tratamentos: imunoterapia + quimioterapia, enzimas, Anvisa, Conitec, SUS. AltaFIM-nivel toxicidade, fase de manutenção, debates regulamentares.
Uma nova abordagem no tratamento do câncer de endométrio foi recentemente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse método inovador consiste na associação de imunoterapia com quimioterapia, oferecendo uma redução significativa – de até 58% – no risco de progressão ou óbito da enfermidade em estágio avançado de um tipo específico, que é caracterizado pela deficiência nas enzimas de reparo do DNA, presente em cerca de 20% a 30% dos diagnósticos.
Apesar dos avanços no tratamento do câncer uterino, o carcinoma endometrial ainda representa um desafio significativo. A combinação de imunoterapia e quimioterapia não apenas demonstrou eficácia na redução do risco de avanço da doença, mas também oferece uma nova perspectiva de tratamento para pacientes com câncer de endométrio em estágios mais avançados, trazendo esperança e resultados promissores.
Câncer de Endométrio: Avanços e Novos Tratamentos
A recente aprovação de um novo tratamento para o câncer de endométrio representa um marco significativo na luta contra esse tipo de câncer feminino. Durante duas décadas, o tratamento consistia principalmente em quimioterapia, sem nenhuma atualização nos últimos 10 anos. Essa nova abordagem traz uma maior eficiência, especialmente em casos avançados.
Andreia Melo, renomada médica-pesquisadora do Instituto Nacional de Câncer (INCA), destaca que esse avanço resulta em um aumento da sobrevida livre de progressão para as pacientes. O tratamento inovador possui benefícios específicos para mulheres com deficiência nas enzimas de reparo do DNA, proporcionando-lhes maiores chances de responder positivamente. No entanto, as melhorias alcançadas podem impactar positivamente diversos pacientes com câncer de endométrio, independentemente de sua alteração molecular.
É importante ressaltar que uma parcela significativa de 15% a 20% dos casos de câncer de endométrio é diagnosticada em estágio avançado, com prognóstico desafiador. Muitas dessas pacientes são submetidas a quimioterapia, que apresenta alta toxicidade e baixa taxa de sobrevida em 5 anos. Para casos em que a doença avançou ou retornou, as opções terapêuticas são limitadas, tornando a inovação terapêutica ainda mais crucial.
O tratamento inovador combina imunoterapia com quimioterapia, seguida por uma fase de manutenção exclusiva de imunoterapia. Esse protocolo tem a duração até a manifestação da doença ou surgimento de reações adversas significativas. A Anvisa já aprovou essa abordagem, permitindo sua prescrição por médicos e cobertura por seguros e planos de saúde.
Apesar disso, o processo de inclusão desse tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) está em andamento, envolvendo etapas como debates na Conitec e avaliações regulamentares. Ainda há obstáculos a serem superados para garantir o acesso universal das pacientes brasileiras a essa inovação terapêutica.
É fundamental estar atento aos sintomas, fatores de risco e diagnóstico precoce do câncer de endométrio, que se destaca como o sétimo tumor mais comum entre mulheres. Com o aumento previsto na incidência global da doença, os avanços terapêuticos são essenciais para enfrentar esse desafio crescente.
Fonte: @ Veja Abril
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