Homologação do plano de recuperação judicial para a Assembleia Geral de Credores a partir de 8 de janeiro após aprovação por 91,14%.
A Americanas teve seu plano de recuperação judicial aprovado pela AGC (Assembleia Geral de Credores) depois de várias semanas de negociações com seus maiores credores. A votação, que aconteceu de forma digital, marca um passo importante para a empresa em crise.
A aprovação do plano de recuperação judicial representa um momento crucial para a empresa, que busca realizar uma reestruturação financeira e uma reorganização econômica para superar suas dificuldades atuais. A homologação do plano a partir de 8 de janeiro será o próximo passo nesse processo de rejuvenescimento da Americanas. Essa etapa é fundamental para a recuperação judicial da empresa.
Plano de Recuperação Judicial Aprovado em Assembleia
Na assembleia desta tarde, os credores das classes 1 (trabalhadores) e 4 (micro e pequenas empresas) optaram por não participar, uma vez que não serão impactados pelas deliberações. A presença majoritária foi da classe 3 (quirografários), que aprovou o plano com uma adesão significativa de 91,14% dos presentes (voto por cabeça) e por 97,19% dos créditos.
Participação de Acionistas na Rede de Varejo
Com a capitalização de R$ 12 bilhões proposta no plano de recuperação judicial da empresa, os acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – podem aumentar sua participação na rede para 49,3%. No momento, o trio de acionistas detém uma fatia de 30,1%.
Conversão de Dívida em Ações
Os demais credores da Americanas, incluindo os bancos Bradesco, Itaú Unibanco, BTG Pactual e Santander, estão previstos para possuir 48,2% da empresa devido à conversão da dívida em ações, também no montante de R$ 12 bilhões.
Redução da Dívida após Capitalização
Com a capitalização de R$ 24 bilhões, a dívida da Americanas deve diminuir para cerca de R$ 1,9 bilhão, conforme informado pela diretora financeira da empresa, Camille Faria, durante a apresentação do plano de recuperação judicial.
Aporte de Capital e Valor das Ações
No processo de aporte, serão emitidas novas ações da companhia, cada uma ao preço de R$ 1,30, o que representa um prêmio de 44% em relação ao preço de fechamento nesta terça-feira. Este valor foi estabelecido com base em um cálculo acordado entre a empresa e os credores para viabilizar a votação do plano de recuperação judicial.
Perspectivas Futuras para os Bancos Credores
Os bancos credores planejam vender suas ações futuramente, dependendo do desempenho dos papéis na bolsa. O plano também impõe uma restrição (lock-up, no jargão do mercado) de 3 anos para qualquer venda.
Aprovação do Plano de Recuperação Judicial
Com a aprovação do plano, os bancos poderão contabilizar o perdão dos débitos da Americanas em seus balanços, enquanto a varejista poderá iniciar o ano de 2024 com um balanço mais saudável.
Desafios e Embate Jurídico
A Americanas enfrentou um dos maiores casos de fraude contábil do país, com um volume próximo de R$ 25 bilhões. Esse cenário levou a empresa a recorrer à recuperação judicial e a um extenso embate jurídico com os bancos credores.
Detalhes da Assembleia Geral de Credores
A AGC teve início pouco depois das 14h desta terça-feira e, após a revisão do plano com algumas modificações, diversos credores fizeram mais de 300 perguntas, todas respondidas pela diretora financeira da rede, Camille Faria.
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Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
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