Aliados incontestes do governo buscam formas de desarticular frente ampla no Congresso, diante de queda de popularidade e falas descontroladas.
‘O (Alexandre) Padilha ri demais. O Rui (Costa) não ri. Não tem como dar certo. E pior: Tarcísio está surfando na pauta da segurança. Estou sinceramente preocupado.’ A análise franca é de um aliado inconteste do governo Lula. Aliado há décadas, que participa dos debates sobre a administração Lula e viu um declínio drástico no cenário político para o Planalto.
Este aliado não é o único. Diferentes setores do Congresso e do Judiciário falam em desarticulação política, falas descontroladas e pouco gesto na direção de aliados que deram base e forma à chamada frente ampla que levou à vitória de Lula. A liderança de Lula é inquestionável, mas seu governo parece estar enfrentando desafios significativos.
.
Desafios da administração Lula
Exemplos dessa falta de cuidado e de escuta a setores que não necessariamente só os do PT foram discutidos à exaustão no já mencionado pelo blog do Valdo Cruz jantar de aniversário de José Dirceu.
‘Frente ampla não é apenas colocar gente de outros partidos no governo. É executar um programa amplo. O Palácio é 100% PT’, relatou um ministro do Supremo.
A liderança de Lula na administração tem sido questionada nos bastidores, com críticas à condução da comunicação, apontando para um governo que cria ruídos e investe em pautas sectárias que encobrem eventuais resultados práticos e positivos. Recentemente, o Instituto Fome Zero divulgou que 13 milhões de pessoas deixaram de passar fome em 2023. Foi há dois dias. Qual o tema da política? A PEC das Drogas, pauta da extrema direita.
‘O MDB têm feito sucessivos acenos ao governo, acenos nunca retribuídos. O governo dialoga e prestigia, por exemplo, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre. E qual a pauta dele? Ser o próximo presidente do Senado. Como? Usando a CCJ de palanque bolsonarista‘, relata um emedebista.
Essa mesma fonte elenca questões que foram colocadas em pauta na comissão anos últimos meses: ‘Fim da saidinha, PEC das Drogas, projeto contra decisão monocrática do Supremo e, está na bala a votação de mandato de ministro. Todas pautas bolsonaristas. Parece que não foi o projeto de Lula o eleito, mas ele não reage’.
Rui Costa e Padilha têm sido muito criticados. No Senado, circula um apelido: ‘A República do Acarajé’. Costa é baiano.
‘Sabe o que acontece? O governo nunca teve problema no Senado. Começou a ter porque as pessoas perceberam que o que funciona com eles é o método Arthur Lira: pressão, pressão e cobrança. Então tá’, relata o emedebista.
Gestão de Lula sob pressão
O Planalto coloca panos quentes nas críticas. Diz que elas ajudam a azeitar as coisas e que há tempo para reverter o desgaste atual.
Fonte: G1 – Política
Comentários sobre este artigo