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Agentes da Prefeitura de SP são alvos de mandados de prisão em operação mega, envolvendo atividades ilícitas, comerciantes e relatórios de inteligência produzidos.
Na cidade de São Paulo, milícias lideradas por membros da GCM (Guarda Civil Metropolitana) estão sendo acusadas de arrecadar pelo menos R$ 4 milhões desde 2020 ao oferecer proteção ilegal para comerciantes próximos da cracolândia, localizada na região central da cidade. As investigações conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo), do Ministério Público estadual, revelaram essa prática criminosa envolvendo as milícias.
Essas ações das milícias demonstram o poder e a influência dessas organizações criminosas que se aproveitam da vulnerabilidade de determinadas regiões para lucrar de forma ilícita. A presença desses grupos armados representa uma ameaça à segurança e à ordem pública, exigindo uma ação enérgica das autoridades para combater essa atividade criminosa.
Operação Mega Contra Milícia em São Paulo
Documentos obtidos recentemente revelam que os agentes da Prefeitura de São Paulo estão na mira dos mandados de prisão em uma megaoperação deflagrada nesta terça-feira. A ação visa desmantelar os responsáveis por atividades ilícitas que sustentam um ecossistema do crime no centro da capital paulista, controlado pelo PCC.
Um dos guardas municipais afastados, Antonio Carlos Amorim Oliveira, suspeito de exigir taxas mensais de comerciantes para afastar usuários de drogas de suas lojas, movimentou cerca de R$ 4 milhões entre 2020 e 2024. Esses dados foram identificados em um relatório de inteligência produzido pelo COAF a pedido do Gaeco. Oliveira foi preso na operação, que também revelou repasses milionários para outros dez agentes envolvidos no esquema.
O promotor Lincoln Gakiya, responsável pelas investigações, destaca a existência de uma extensa rede de corrupção envolvendo policiais, fiscais e a GCM. Ele ressalta a impossibilidade de manter uma situação tão irregular como aquela.
Outro guarda municipal afastado, Elisson de Assis, também aparece nas movimentações financeiras de Oliveira. Assis é apontado como chefe de uma milícia que controla a segurança de comércios e condomínios na região central. As transações, feitas através da empresa de sua esposa, Mayara Ximenes do Nascimento, incluem uma lista de colaboradores e pagamentos de segurança, com uma data limite para o acerto.
A milícia, liderada por Ricardo Nunes, candidato à reeleição e comandante da tropa de elite da GCM, exige altas quantias em dinheiro dos comerciantes locais para supostamente afastar os dependentes químicos da região. Gakiya enfatiza que tanto os pagadores quanto os cobradores estão cometendo crimes nesse esquema ilegal.
A operação, realizada sem a participação da prefeitura, contou com o apoio de aproximadamente 500 agentes municipais nas ruas. A gestão Nunes afirma ter participado da preparação da ação, com reuniões envolvendo o prefeito, governador e secretários estaduais e municipais para coordenar a atuação dos órgãos envolvidos.
Apesar das alegações da prefeitura, a Promotoria afirma não ter participado das reuniões e destaca que a gestão municipal atuou apenas no suporte à ação policial e no acolhimento dos dependentes químicos. A milícia no centro de São Paulo, além de cobrar taxas de proteção, também controla diversas atividades ilegais na região, alimentando o ecossistema do crime.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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