Juiz notifica OAB após cidadão se esconder debaixo da mesa em audiência virtual, onde a câmera só foca em janelas ao fundo, oferecendo um tour pela sala com visão de 360 graus.
Em uma audiência virtual, um advogado e seu cliente estavam supostamente em locais separados, mas o juiz percebeu que, na verdade, estavam na mesma sala. Isso gerou uma situação cômica, semelhante a um episódio de sitcom. O advogado, ao ser questionado sobre isso, respondeu com uma confiança exagerada, como se a câmera só capturasse a parte superior do corpo.
Quando o juiz chamou a atenção do advogado sobre a situação, ele negou veementemente, mas o juiz não se deixou enganar. O advogado, que deveria ser um defensor dos direitos de seu cliente, estava agindo de forma questionável. A confiança excessiva pode ser um sinal de fraqueza. Além disso, a transparência é fundamental em qualquer processo judicial. O procurador do caso também foi chamado a se manifestar sobre a situação, e ele enfatizou a importância de manter a integridade do processo.
Um Caso de Comédia no Tribunal
Durante uma audiência virtual, um advogado tentou esconder um preposto em sua sala, mas o juiz Thiago Mira de Assumpção Rosado não se deixou enganar. O magistrado notou que as janelas ao fundo do advogado e do preposto eram idênticas, o que levantou suspeitas sobre a localização de ambos. O advogado, mantendo a pose, negou que estivessem no mesmo local e inventou uma história de que o preposto estaria em um andar inferior.
No entanto, o juiz não se convenceu e pediu um tour pela sala. O advogado, nervoso, tentou fazer uma meia-volta discreta com a câmera, mostrando apenas o que interessava. Mas o magistrado exigiu uma visão de 360 graus, o que fez com que o preposto, em uma tentativa desesperada de não ser descoberto, rastejasse para debaixo da mesa.
O advogado estava contestando as verbas rescisórias de R$ 20 mil, solicitadas pela autora, mas ao tentar esconder o preposto, ele mesmo virou o protagonista de uma cena digna de pegadinha de TV. A tentativa atrapalhada de evitar supostas nulidades processuais gerou um momento tragicômico que certamente será lembrado por todos os envolvidos.
Reações e Consequências
A cena gerou risadas da autora do processo e de seu defensor, mas o juiz, indignado, classificou o comportamento como desrespeitoso e anunciou que notificaria a OAB/PR para que o caso fosse investigado. O TRT/PR emitiu uma nota sobre a insólita situação, destacando que a audiência de instrução ocorreu na 18ª Vara do Trabalho de Curitiba e que o juiz desconfiou de que o preposto estaria na mesma sala do advogado.
O magistrado solicitou que a câmera fosse girada para verificação e, ao se esconder embaixo de uma mesa, o preposto foi descoberto. Diante do fato, o juiz suspendeu a audiência e vai programar os depoimentos das testemunhas da ação em data futura, de maneira presencial. Nos próximos dias, o magistrado deve oficiar formalmente à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que apure a conduta do advogado, que tentou ludibriar o magistrado e, consequentemente, a Justiça do Trabalho no Paraná.
O procurador da autora destacou que a conduta do advogado foi inaceitável e que a Justiça deve ser respeitada. O representante da empresa, por sua vez, alegou que o preposto não teve a intenção de prejudicar o processo e que a situação foi um mal-entendido. No entanto, o juiz não se deixou convencer e decidiu investigar o caso.
Fonte: © Migalhas
Comentários sobre este artigo