Pesquisadores afirmam que quantidade de prata em sedimentos marinhos aumentou consideravelmente desde 1850.
Uma pesquisa recente revela que as mudanças climáticas têm impactado significativamente a quantidade de prata retida nos <a href="https://portalcorreio.com/exploracao-dos-ramos-perdidos-do-rio-nilo-em-busca-do-segredo-das-piramides/" marinhos ao longo da costa do Vietnã. A análise apontou um aumento expressivo desde o ano de 1850, evidenciando a influência das mudanças climáticas nessa região.
Essas variações climáticas ao longo dos anos têm gerado consequências visíveis, comprovando a importância de estudos contínuos sobre o tema. A presença cada vez mais marcante de prata nos sedimentos marinhos alerta para a urgência de ações concretas para mitigar as alterações climáticas e minimizar seus impactos a longo prazo.
Mudanças Climáticas e Seus Impactos nos Ecossistemas Marinhos
As alterações climáticas têm sido associadas ao início da Revolução Industrial, período em que os seres humanos passaram a liberar grandes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera. Pela primeira vez, uma pesquisa destaca essa conexão potencialmente significante.
De acordo com os pesquisadores envolvidos nesse estudo inovador, as mudanças climáticas estão causando a acumulação de grandes quantidades de prata abaixo do Mar da China Meridional. E esse fenômeno pode estar se repetindo nos demais oceanos do mundo. Tal descoberta é inédita ao evidenciar a possível ligação entre os ciclos de prata nos oceanos e o aquecimento global. Os cientistas sugerem que as mudanças nas temperaturas podem ter efeitos em diversos outros elementos.
O acúmulo de prata no leito marinho é um processo natural, porém está sendo intensificado pelo aumento das temperaturas. Segundo especialistas, este metal é oriundo da terra e chega aos oceanos primordialmente por meio do intemperismo, um mecanismo de erosão das rochas. A água transporta tais sedimentos para os rios, e certas regiões marinhas possuem altas concentrações de prata devido às fortes descargas fluviais, poeira suspensa no ar, emissões antropogênicas e fontes hidrotermais.
O dilema reside na toxicidade da prata para a vida marinha, embora exista pouca compreensão sobre seu impacto nos ecossistemas oceânicos em larga escala. Para investigar essa problemática, os pesquisadores examinaram um núcleo de sedimentos proveniente da área de ressurgência do Vietnã, no oriente do Mar da China Meridional. As zonas de ressurgência correspondem a áreas costeiras onde águas frias emergem do fundo do mar, conduzindo nutrientes das profundezas que sustentam ecossistemas ricos na superfície.
Segundo o estudo veiculado na revista Geophysical Research Letters, o acréscimo da temperatura das águas e dos ventos litorâneos, que contribuem para a intensificação das ressurgências, estão sendo impulsionados pelas mudanças climáticas. Esse fenômeno favorece a ascensão de mais nutrientes à superfície, ampliando a presença de algas que nutrem toda a cadeia alimentar. A presença elevada de prata dissolvida nessas regiões sugere que os organismos absorvem uma quantidade superior desse metal do que em outros locais. Quando esses seres falecem e afundam, a prata acaba se depositando no leito marinho.
Por fim, os estudiosos alertam que se este comportamento for global, poderá resultar em envenenamento dos ecossistemas oceânicos, reforçando a necessidade de compreensão e ações diante das mudanças climáticas.
Fonte: @Olhar Digital
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